
Direita israelense morre de medo da paz, diz Michel Gherman
Coordenador do Núcleo de Estudos Judaicos da UFRJ analisa que setores conservadores de Israel demonstram resistência à solução de dois Estados como caminho para a paz
A direita israelense demonstra mais temor em relação à paz do que à guerra, segundo análise do cientista político Shlomo Vineri, citada por Michel Gherman, coordenador do Núcleo de Estudos Judaicos da UFRJ. O receio se concentra principalmente na possibilidade de criação de um Estado palestino, questão que permanece sem resolução desde as origens do movimento sionista.
A colonização dos territórios palestinos, incluindo Gaza e Cisjordânia, teve início ainda durante os governos trabalhistas, antes mesmo da gestão de Menachem Begin, primeiro-ministro de Israel entre 1977 e 1983. Gherman destaca que, seguindo o pensamento do ex-primeiro-ministro e ex-presidente de Israel, Shimon Peres, paz, democracia e Israel são elementos que se complementam, sendo impossível a existência de um Israel democrático sem a presença de um Estado palestino.
Obstáculos para a paz
No cenário atual, Gherman avalia que não há perspectivas de avanços significativos em direção à autonomia palestina, recuo na colonização ou retirada dos colonos. Esta situação não se restringe apenas ao governo atual, mas se estende também a possíveis coalizões que incluam a direita israelense.
O acordo de Genebra — iniciativa de paz informal já assinada por representantes das sociedades civis israelense e palestina — demonstra que seria possível estabelecer um Estado palestino ao lado de Israel com ajustes territoriais limitados. No entanto, a postura ideológica da direita israelense tem impossibilitado qualquer avanço nessa direção.
A consolidação da partilha da Palestina, proposta em 1947, depende atualmente de pressão internacional, uma vez que a sociedade israelense, mesmo com suas manifestações organizadas, não possui força suficiente para exigir a criação de um Estado palestino.
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