Donald Trump diz que vetaria proibição federal ao aborto
Ex-presidente republicano defende que decisão sobre o tema deve ser estadual
O ex-presidente Donald Trump disse na terça-feira (1º) que vetaria uma proibição federal ao aborto se fosse eleito novamente.
“Todo mundo sabe que eu não apoiaria uma proibição federal ao aborto, sob nenhuma circunstância, e, de fato, vetaria, porque cabe aos estados decidir com base na vontade de seus eleitores (a vontade do povo!)”, escreveu Trump em uma postagem em letras maiúsculas em sua plataforma Truth Social durante o debate vice-presidencial da CBS entre seu companheiro de chapa, o senador de Ohio JD Vance, e o governador de Minnesota Tim Walz.
“Assim como Ronald Reagan antes de mim, apoio totalmente as três exceções para estupro, incesto e a vida da mãe”, continuou Trump.
O indicado do Partido Republicano disse repetidamente que não assinaria uma proibição federal ao aborto, mas durante o debate da ABC no mês passado com a vice-presidente Kamala Harris, ele não se comprometeu a vetar tal proibição e, em vez disso, argumentou que “não teria que fazer isso”.
Quando perguntaram a ele durante o debate sobre Vance ter dito à NBC News que o ex-presidente vetaria tal legislação, Trump disse que não havia falado com Vance sobre isso, dizendo: “Não acho que ele estava falando por mim”.
O aborto tem sido um contraste importante na corrida de 2024, com Harris desfrutando de uma clara vantagem sobre o assunto. Isso alimentou parcialmente sua liderança entre as eleitoras em estados indecisos. Os democratas fizeram dos direitos ao aborto uma parte proeminente de suas mensagens este ano, apontando para as restrições estaduais possibilitadas pelos juízes da Suprema Corte nomeados por Trump votando com a maioria para anular em 2022 a decisão judicial que permitia a interrupção da gravidez há décadas nos EUA.
Os democratas tiveram um desempenho forte em eleições onde o aborto ocupou o centro das atenções desde a decisão da Suprema Corte, e os defensores dos direitos ao aborto ganharam uma série de medidas eleitorais estaduais sobre o assunto, mesmo em estados profundamente republicanos.
Trump recentemente começou a se apresentar como um “protetor” das mulheres, alegando que as mulheres americanas não “pensarão em aborto” se ele for eleito.