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    Donald Trump: relembre a trajetória do bilionário reeleito presidente dos EUA

    Empresário ganhou fama com sucesso no mundo dos negócios e se tornou principal nome do Partido Republicano

    Mariana Cataccida CNN*

    Donald Trump foi reeleito à Presidência dos EUA nesta quarta-feira (6). É o segundo mandato do republicano, que ocupou a Casa Branca entre 2016 e 2020. Ele é destaque na política, no noticiário e no cotidiano dos eleitores americanos. Mas a notoriedade do candidato republicano vem de décadas anteriores aos seus esforços para retornar à Casa Branca.

    Relembre a trajetória do empresário de Nova York que conquistou a presidência dos Estados Unidos.

    As empresas Trump

    Trump Tower
    Trump Tower, sede das empresas de Donald Trump, em Nova York • Getty Images

    Filho de Fred e Mary Anne Trump, o republicano nasceu em uma família que fez fortuna no ramo da construção civil. Formado na Universidade da Pensilvânia, assumiu os negócios da família em 1971 e passou a comandar a empresa que, mais tarde, ficaria conhecida como a Organização Trump.

    A ascensão no mundo dos negócios é motivo de orgulho para Trump, que já declarou em diversas entrevistas que começou a carreira com apenas um “pequeno empréstimo de US$ 1 milhão” feito pelo pai. Atualmente, o patrimônio de Donald Trump é de US$ 5,5 bilhões, segundo uma estimativa da revista Forbes.

    Além do sucesso no ramo imobiliário, o empresário também ficou famoso por ser dono e apresentador de reality shows do canal de televisão americano NBC. Donald Trump ainda foi proprietário da empresa organizadora dos concursos de beleza Miss Universo, Miss USA e Miss Teen USA. O sobrenome Trump foi parar em marcas no mercado de aviação, no ramo frigorífico, e virou até nome de um jogo de tabuleiro. Alguns exemplos são a Trump Steaks, Trump Ice, Trump Shuttle e Trump: The Game

    A vida pessoal

    Donald Trump e Melania Trump em Palm Beach, na Flórida • Giorgia Viera/AFP/Getty Images/File via CNN Newsource

    As aventuras de Trump também o colocaram sob os holofotes em sua vida pessoal. O republicano foi casado de 1977 e 1992 com a modelo tcheca Ivana Trump, com quem teve três filhos, Donald Trump Jr., Ivanka e Eric Trump. O segundo casamento foi com a atriz americana Marla Maples, de 1993 a 1999, com quem teve a quarta filha, Tiffany Trump.

    Em 2005, o empresário se casou com a eslovena Melania Trump, que foi a primeira-dama dos Estados Unidos durante seu mandato na presidência e é a esposa atual do candidato republicano. Os dois tiveram um filho, o caçula de Donald, Barron Trump.

    A Presidência

    O candidato presidencial republicano e ex-presidente dos EUA, Donald Trump, durante comício em Juneau, Wisconsin • REUTERS

    O Salão Oval da Casa Branca foi o primeiro escritório de Donald Trump na carreira política. A disputa pela presidência dos Estados Unidos marcou a primeira vez que o empresário se candidatou para qualquer cargo público — e venceu.

    Trump anunciou que seria candidato à presidência em junho de 2015. No ano seguinte, foi formalmente nomeado candidato do Partido Republicano, após derrotar outros 17 pré-candidatos com um discurso anti-establishment, e tornou-se o principal rival de Hillary Clinton, então candidata do partido Democrata.

    Com o slogan Make America Great Again, Donald Trump foi eleito presidente americano em novembro de 2016, após conquistar o voto de 306 delegados, contra os 232 de Clinton. A democrata obteve 2.9 milhões de votos populares a mais do que o republicano, mas não conseguiu maioria no Colégio Eleitoral.

    O mandato de Trump subverteu as normas tradicionais da presidência. Durante os quatro anos em que governou, o ex-presidente transformou as redes sociais em seu principal meio para anúncios importantes e retórica política: de janeiro de 2017 a dezembro de 2020, o republicano fez mis de 25 mil publicações no antigo Twitter, atual X, uma média de 18 postagens por dia.

    Trump também desafiou os protocolos de segurança da Casa Branca ao continuar usando seu celular pessoal para fazer ligações, apesar dos alertas para possível espionagem.

    Sob o governo do republicano, os Estados Unidos adotaram uma postura mais isolacionista na política externa. Trump fez críticas à Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan, e se distanciou dos tradicionais aliados na Europa.

    O então presidente também retirou os EUA do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, um acordo entre os americanos e a antiga União Soviética para o controle de armas nucleares. Além disso, os Estados Unidos deixaram o Acordo de Paris e o Plano de Ação Conjunto Global.

    A administração do ex-presidente registrou níveis históricos de rotatividade, com 91% dos funcionários da Casa Branca tendo deixado o cargo ou sido substituídos. Já no judiciário, Trump conseguiu indicar três juízes para a Suprema Corte, número maior do que Barack Obama conseguiu em oito anos de governo.

    O mandato de Trump é lembrado por grande parte da população americana como um período de crescimento econômico, e, não à toa, a economia é uma das pautas em que o republicano tem maior nível de confiança entre os eleitores.

    Desde que ele tomou posse, em janeiro de 2017, até fevereiro de 2020, foram criados em média 181.500 empregos mensalmente. A expansão do número de empregos foi, em partes, herdada do governo de Barack Obama, mas teve continuidade sob a administração Trump. A taxa de desemprego oscilou perto do nível mínimo em 50 anos, de 3,5%, nos meses imediatamente anteriores ao início da pandemia de coronavírus.

    O último ano de mandato de Trump foi em grande parte definido pela resposta do governo à pandemia. Os EUA têm cerca de 4% da população mundial, mas, em dezembro de 2020, no fim do mandato, tinham 23% dos casos de coronavírus do mundo e 19% das mortes.

    A invasão do Capitólio

    Invasão do Capitólio por apoiadores de Trump, em janeiro de 2021 • 06/01/2021 REUTERS/Leah Millis/File Photo

    Na manhã de 6 de janeiro de 2021, dia em que a vitória do democrata Joe Biden seria certificada pelo Congresso, o então presidente e perdedor da eleição de 2020, Donald Trump, fez um discurso inflamado aos seus apoiadores afirmando que a disputa foi fraudada.

    Poucas horas depois, milhares desses apoiadores marcharam até o Capitólio, sede do legislativo, e invadiram o prédio. Os invasores atacaram a polícia e ameaçaram enforcar o então vice-presidente, Mike Pence, que se recusou a questionar o resultado da eleição.

    Os parlamentares tiveram que deixar o Capitólio às pressas. Mais de 140 policiais ficaram feridos, e cinco pessoas morreram. Os danos ao prédio histórico somaram milhões de dólares, e o dia ficou marcado na história da democracia americana.

    Problemas na Justiça

    Candidato presidencial republicano e ex-presidente dos EUA, Donald Trump, comparece a julgamento criminal • , mostra esboço do tribunal 30/05/2024 REUTERS/Jane Rosenberg

    A agenda política de Trump tem sido em grande parte interrompida por audiências e depoimentos nos quatro casos criminais em que o ex-presidente é acusado.

    O republicano foi condenado em maio deste ano por 34 acusações criminais de falsificação contra registros comerciais, para ocultar pagamentos de suborno à atriz de filmes pornográficos Stormy Daniels. O ex-presidente teria comprado o silêncio da estrela antes das eleições de 2016 sobre um suposto caso entre os dois no passado.

    Donald Trump foi indiciado em junho de 2023 por um grande júri federal em Miami, acusado de obter documentos confidenciais de defesa nacional da Casa Branca depois de deixar o cargo e de resistir às tentativas do governo de recuperar os materiais. A juíza Aileen Cannon rejeitou o caso em julho deste ano.

    Trump também foi acusado de tentar subverter o resultado da eleição de 2020 no estado da Geórgia. O caso foi suspenso indefinidamente após tentativas da defesa do ex-presidente de desqualificar a promotora Fani Willis.

    O 45° presidente dos EUA se declarou inocente no caso em que é acusado de envolvimento na invasão do Capitólio. Trump alega que, no dia do ataque, ele ainda exercia o cargo de presidente e, por isso, deveria ter imunidade presidencial. A Suprema Corte concedeu imunidade parcial ao ex-presidente.

    Para além das acusações criminais, Trump ainda foi obrigado a pagar US$ 175 milhões em um caso de fraude fiscal. Ele foi considerado responsável por emitir relatórios financeiros falsos sobre suas empresas para obter taxas de empréstimo e seguro mais favoráveis.

    O republicano também foi considerado culpado de agredir sexualmente e difamar a escritora E. Jean Carroll, que o acusou de estuprá-la há quase três décadas. A defesa do ex-presidente está recorrendo para anular a decisão que o obrigou a pagar US$ à escritora.

    *Com informações da CNN Internacional

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