Análise: Proposta econômica de Kamala pode ser negativa para os americanos
Lourival Sant'Anna alerta que propostas da vice-presidente dos EUA podem prejudicar a economia americana e a população de baixa renda
A vice-presidente dos Estados Unidos e candidata do Partido Democrata, Kamala Harris, apresentou nesta sexta-feira (16) um plano econômico que está sendo classificado como populista por especialistas.
O analista de Internacional da CNN Lourival Sant’Anna, durante ao CNN Prime Time, expressou preocupações sobre as medidas propostas.
Segundo Sant’Anna, o plano de Harris pode ser enquadrado como “um populismo econômico extravagante e explícito”.
Ele destacou que algumas das propostas são inéditas nos Estados Unidos, como a imposição de controle sobre o que Harris chama de “especulação de preços”.
O analista alertou para os potenciais riscos dessas medidas, comparando-as a experiências malsucedidas em outros países.
“Aqui no Brasil já foi experimentado isso e levou à hiperinflação. Na Argentina, na Venezuela também”, explicou Sant’Anna.
Ele argumentou que o controle de preços pode desequilibrar a relação entre oferta e demanda, levando a um aumento artificial do consumo e, consequentemente, pressionando a inflação.
Sant’Anna também citou dados do Comitê para Responsabilidade Orçamentária, um órgão independente dos Estados Unidos, que estima um custo de US$ 1,7 trilhão ao longo de uma década para implementar as medidas propostas por Harris.
Isso seria particularmente preocupante considerando que os EUA já possuem uma dívida de US$ 31 trilhões, valor superior ao PIB do país.
Impacto político e econômico
O especialista ressaltou que, politicamente, é interessante que Harris tenha apresentado pela primeira vez um plano de governo concreto, indo além de mensagens genéricas. No entanto, ele expressou ceticismo quanto à viabilidade das promessas.
“O melhor cenário seria ela não cumprir essas promessas, porque se ela se eleger e cumprir realmente essas propostas, seria muito ruim para a economia americana e para os próprios pobres, que são os que mais sofrem”, concluiu Sant’Anna, enfatizando que o cumprimento dessas medidas poderia agravar a situação econômica do país e afetar negativamente a população de baixa renda.