Dez disputas ao Senado dos EUA para ficar de olho na eleição de terça-feira
Democratas focam em manter vantagem
O Partido Democrata enfrenta uma difícil luta nas eleições desta terça-feira (05) nos Estados Unidos, para preservar sua estreita maioria de 51 a 49 no Senado dos EUA, já que tem vários candidatos à reeleição em estados com tendência republicana.
Veja abaixo as principais disputas ao Senado:
Montana
A candidatura do democrata Jon Tester à reeleição para um quarto mandato de seis anos por Montana, estado fortemente republicano, será uma das mais competitivas.
Tester, de 68 anos, atua desde 2007 no Senado, onde se apresenta como independente, opondo-se às regulamentações do setor de energia apresentadas pelo presidente democrata Joe Biden e pressionando o governo a tomar medidas adicionais para fortalecer a segurança nas fronteiras.
Parte de uma terceira geração de agricultores, o democrata nunca venceu uma disputa com mais de 51% dos votos.
Tim Sheehy, ex-militar da Força de Elite da Marinha (SEAL) de 38 anos, que fundou uma empresa de combate a incêndios e agora administra várias propriedades imobiliárias de luxo, tem o apoio do ex-presidente republicano Donald Trump.
Ohio
O democrata Sherrod Brown, 71 anos, enfrenta uma campanha de reeleição igualmente competitiva em um estado onde Trump tem grande apoio.
Brown venceu a eleição em Ohio, estado cada vez mais inclinado para os republicanos, três vezes desde 2006, com cada disputa mais acirrada que a anterior.
Assim como Tester, ele trabalhou para desenvolver uma reputação mais independente do que a de muitos de seus pares democratas, incluindo a promoção de projetos de lei para proteger os empregos na indústria norte-americana e responsabilizar as instituições financeiras a partir de sua posição como presidente do Comitê Bancário do Senado.
Seu oponente, Bernie Moreno, 57, é proprietário de um grupo de concessionárias de automóveis. A família de Moreno emigrou da Colômbia quando ele era criança, e o candidato enfatizou uma infância de origem humilde nos EUA, embora sua família tenha conexões com a elite colombiana.
Michigan
Com a aposentadoria da senadora democrata Debbie Stabenow, a disputa pela representação do Michigan também deverá ser altamente competitiva em um local que também desempenhará um papel fundamental na eleição presidencial.
A insatisfação entre os eleitores árabe-americanos do estado em relação à maneira como o governo Biden lidou com a guerra em Gaza, pode representar um problema para os democratas.
A deputada Elissa Slotkin, 48, ex-analista da CIA e que atualmente representa comunidades a oeste de Detroit, ganhou facilmente a indicação democrata para disputar a cadeira ao Sendo.
Slotkin é uma representante moderada que conquistou um distrito republicano na Câmara em 2018, a mesma cadeira que Stabenow ocupou antes de concorrer ao Senado.
O ex-deputado republicano Mike Rogers, 61, que chefiou o Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados de 2011 a 2015, concorrerá com Slotkin. Além de sua carreira na câmara e a campanha para o Senado, ele também foi lobista na Flórida, mas retornou ao Michigan para concorrer neste ano.
Arizona
O Arizona, um estado decisivo na corrida presidencial, também terá uma eleição competitiva para preencher a vaga no Senado deixada pela senadora democrata que se tornou independente, Kyrsten Sinema, que está se aposentando.
A republicana Kari Lake, 55, ex-jornalista de televisão, ficou conhecida no cenário nacional quando concorreu a governadora em 2022, perdendo por pouco para a democrata Katie Hobbs.
Desta vez ela espera expandir o apelo da mensagem fortemente populista de Trump entre os moradores do Arizona, que foram duramente atingidos pela disparada dos custos de moradia.
O deputado democrata Ruben Gallego, um ex-fuzileiro naval de 44 anos que serviu no Afeganistão, está concorrendo com uma campanha que se concentra no controle de armas e na imigração, ambos temas quentes no local.
Pensilvânia
O democrata Bob Casey Jr., 64, está buscando um quarto mandato de seis anos. O senador moderado é uma figura popular em seu estado natal e filho de um ex-governador.
O adversário é Dave McCormick, 59 anos, ex-executivo de um “hedge fund” que perdeu a primária republicana para a cadeira do Senado em 2022.
A Pensilvânia também deve ser um dos estados mais competitivos na eleição presidencial.
Nevada
O senador democrata pelo estado, Jacky Rosen, 67 anos, está concorrendo a um segundo mandato. Tomar essa cadeira é uma das principais prioridades dos republicanos.
Nevada — com uma economia que depende muito do turismo — continua lutando para se recuperar dos impactos econômicos da pandemia e tem experimentado aumentos no custo de vida e no custo de moradia.
O estado também tem uma grande população latina, um grupo demográfico tradicionalmente democrata onde Trump e os republicanos têm feito incursões significativas.
O desafiante republicano é Sam Brown, 40, um veterano do exército que recebeu a condecoração militar “Coração Púrpuro”, após ser ferido por uma bomba em uma beira de estrada no Afeganistão.
Wisconsin
A democrata Tammy Baldwin, 62 anos, está buscando um terceiro mandato em um estado que deverá ser competitivo. Ela enfrentará o republicano Eric Hovde, nas eleições de novembro.
Assim como Tester e Brown, Baldwin apoiou projetos de lei mais populistas do ponto de vista econômico e ajudou a aprovar um projeto de lei que legaliza o casamento entre pessoas do mesmo sexo ao nível federal, no ano passado. Foi também a primeira mulher abertamente LGBT eleita tanto para a câmara quanto para o Senado.
Hovde, 60, é o presidente-executivo da empresa de desenvolvimento imobiliário de sua família e também presidente-executivo de várias empresas bancárias que fundou. Foi alvo de críticas por comentários que questionavam a capacidade de voto dos moradores de asilos.
Nebraska
Esperava-se que a senadora republicana Deb Fischer, 73, ganhasse a reeleição com folga em Nebraska, onde Trump venceu com cerca de 58% dos votos em 2016 e 2020.
Mas as pesquisas mostraram que o independente Dan Osborn, um líder sindical que recusou o endosso do Partido Democrata de Nebraska, está se aproximando de Fischer.
Ele concorre com uma plataforma populista que extrai elementos de ambos os partidos: apoio ao direito ao aborto e ao direito às armas, criticando o poder das empresas norte-americanas e descrevendo a imigração ilegal como uma “reserva de mão de obra barata”.
Osborn, 49, disse que não se uniria a nenhum partido, ao contrário dos dois senadores independentes atuais do Senado, que se unem aos democratas. Se ele vencer, isso poderá complicar o controle do Senado, fazendo com que essa disputa seja uma das mais importantes.
Nova Jersey
O deputado democrata Andy Kim, 42, está concorrendo para suceder o senador Bob Menendez, que está renunciando após ser considerado culpado de acusações federais de corrupção.
Kim, um ex-diplomata que representa um distrito de Nova Jersey desde 2019, é um progressista que faz campanha em uma plataforma centrada na família, falando frequentemente sobre seus dois filhos pequenos.
Curtis Bashaw, um hoteleiro de 63 anos que venceu o candidato escolhido por Trump nas primárias republicanas, está concorrendo com Kim.
Os democratas são favoritos para manter a cadeira em novembro, conforme a análise da Reuters.
Virgínia Ocidental
A Virgínia Ocidental é considerada uma vitória quase certa para os republicanos, já que Joe Manchin, um democrata conservador que se tornou independente, está se aposentando. O governador Jim Justice, 73, é o candidato republicano.
Eleito pela primeira vez para o cargo como democrata, ele mudou de partido sete meses depois e foi reeleito como republicano. Justice é conhecido por levar seu buldogue inglês, Babydog Justice, com ele em palestras e fez uma campanha incentivando as pessoas a se vacinarem durante a Covid-19 com o slogan “Do it for Babydog” (faça isso pelo Babydog).
Glenn Elliott, o prefeito democrata de 52 anos de Wheeling, está concorrendo contra ele.
Justice é o favorito para ganhar a cadeira em novembro, segundo a Reuters.
CNN Brasil tem supercobertura ao vivo
A CNN Brasil realiza uma supercobertura da disputa entre Kamala Harris e Donald Trump pela Casa Branca nas eleições americanas, que acontecem nesta terça-feira, dia 5 de novembro.
Em conexão direta com a matriz americana da CNN, e intérpretes a postos para tradução 24 horas, o conteúdo produzido nos Estados Unidos estará contemplado pela multiplataforma que compõe o ecossistema da CNN Brasil.
A maratona ao vivo 24 horas começa nesta segunda-feira (4), às 23h, com o programa especial “América Decide”.
A cobertura ao vivo se estenderá ininterruptamente até que seja proclamado o resultado das urnas.