EUA: Grupo planejou sequestrar governadores do Michigan e da Virgínia

Plano estaria ligado às medidas de contenção do novo coronavírus nos estados

da CNN*
Gretchen Whitmer e Ralph Northam
Os governadores dos estados norte-americanos do Michigan e da Virgínia, Gretchen Whitmer e Ralph Northam  • Foto: Divulgação/Governo do Michigan/Governo da Virgínia
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O grupo acusado de planejar o sequestro da governadora do Michigan, Gretchen Whitmer, também discutiu o sequestro do governador da Virgínia, Ralph Northam, disse um agente do FBI que testemunhou em tribunal nesta terça-feira (13). O caso de Whtimer veio à tona na semana passada. 

O agente do FBI, Richard Trask, testemunhou durante uma audiência preliminar e contou que o grupo discutiu derrubar governadores em exercício por conta de suas "ordens de contenção relacionadas ao coronavírus".

“O acordo na época era potencialmente sequestrar um governador em exercício e removê-lo do cargo”, disse Trask.

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O FBI obteve as informações durante uma reunião em 6 de junho em Dublin, no estado de Ohio. Uma pessoa que participou da reunião apresentou-se às autoridades "com base em preocupações sobre algumas das direções que o grupo estava tomando e a potencial violência".

O suposto esquema incluía planos para derrubar vários governos estaduais que os suspeitos "acreditam estar violando a Constituição dos Estados Unidos", de acordo com uma denúncia criminal federal.

Seis pessoas foram acusadas federalmente de conspiração para sequestrar e sete outras pessoas, associadas ao grupo paramilitar "Wolverine Watchmen", foram acusadas pelo estado, anunciou a procuradora-geral de Michigan, Dana Nessel.

Whitmer e Northam, ambos democratas, estavam entre os governadores que emitiram ordens executivas relacionadas ao coronavírus, fechando locais como academias, bares e restaurantes.

A secretária de imprensa do governo da Virgínia, Alena Yarmosky, ligou o incidente ao que ela disse ser o incentivo à violência feito pelo presidente americano Donald Trump, particularmente nos tweets de 17 de abril em que Trump escreveu: "Liberem o Michigan" e "Liberem a Virgínia".

O tweet de Trump sobre a Virgínia veio depois que Northam assinou uma série de medidas de controle de armas exigindo verificação de antecedentes criminais.

"Esta é a realidade: o presidente Trump convocou seus partidários a 'Liberar a Virgínia' em abril - assim como o Michigan. Na verdade, o presidente incentiva regularmente a violência contra aqueles que discordam dele. A retórica que sai desta Casa Branca tem consequências sérias e potencialmente mortais, e deve parar ", disse Yarmosky.

(Com informações de Sonia Moghe, Sara Sidner e Eric Levenson, da CNN Internacional)