EUA não creem que Putin tenha decidido invadir Ucrânia, mas citam “clara possibilidade”
Para conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, maneira mais rápida de diminuir as tensões seria a Rússia retirar o acúmulo de tropas na fronteira dos países
Os EUA não acreditam que o presidente russo, Vladimir Putin, tenha tomado uma decisão sobre invadir a Ucrânia, disse nesta sexta-feira (11) o conselheiro de segurança nacional do presidente norte-americano Joe Biden, Jake Sullivan, em uma entrevista coletiva.
Mais cedo, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, havia dito que a Rússia está concentrando ainda mais tropas perto da Ucrânia e uma invasão poderia acontecer a qualquer momento, talvez antes do final dos Jogos Olímpicos de Inverno na China.
Mesmo tentando transmitir uma mensagem urgente de que uma invasão poderia ocorrer a qualquer momento, Sullivan disse que não conseguia “entrar na cabeça de Putin”.
“Eu quero ser muito claro. Não estamos dizendo que uma decisão foi tomada – que uma decisão final foi tomada pelo presidente Putin. Mas temos um nível suficiente de preocupação com base no que estamos vendo na região e o que nossos analistas de inteligência captaram, estamos enviando esta mensagem clara, e continua sendo uma mensagem que estamos enviando há algum tempo”, disse Sullivan durante entrevista na Casa Branca.
“E é, sim, é uma mensagem urgente porque estamos em uma situação urgente”, continuou o conselheiro.
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Um soldado ucraniano caminha por uma trincheira em Svitlodarsk, na Ucrânia, no dia 11 de fevereiro • Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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Duas militares ucranianas fazem uma pausa em um refeitório na trincheira em Pisky, Ucrânia • Gaelle Girbes/Getty Images
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Voluntários paramilitares da Legião Nacional da Geórgia dão instruções a dois meninos (à dir.) sobre técnicas de tiro em Kiev, Ucrânia. A Legião Nacional da Geórgia viu um aumento nos pedidos de adesão e no número de participantes em seus cursos de treinamento no mês passado • Chris McGrath/Getty Images
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As forças armadas russas e bielorrussas participam do exercício militar "Allied Determination 2022", na Bielorrússia, em 11 de fevereiro de 2022. A segunda fase dos exercícios está prevista para durar até 20 de fevereiro • BELARUSÂ DEFENSE MINISTRY/Anadolu Agency via Getty Images
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Navio de desembarque da Marinha russa cruza o estreito de Bósforo a caminho do Mar Negro, no dia 9 de fevereiro, em Istambul, Turquia. O Ministério da Defesa da Rússia disse que seis grandes navios estão se movendo do Mediterrâneo para o Mar Negro, onde participarão dos exercícios já em andamento • Burak Kara/Getty Images
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Sistemas de mísseis de defesa aérea S-400 Triumf durante os exercícios militares conjuntos "Allied Determination 2022" realizados por tropas bielorrussas e russas • Russian Defence Ministry/TASS
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Soldados russos e bielorussos em exercícios militares na fronteira • BELARUS DEFENSE MINISTRY/Anadolu Agency via Getty Images
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Imagens de satélite mostram militares no aeródromo de Oktyabrskoye e Novoozernoye, na Crimeia, no aeródromo de Zyabrovka perto de Gomel, em Belarus, e em área de treinamento de Kursk, no oeste da Rússia • Maxar Technologies
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Soldados dos EUA chegam à base militar de Mihail Kogalniceanu, na Romênia, em 11 de fevereiro • Alexandra Stanescu /Anadolu Agency via Getty Images
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Equipamento militar do Exército dos EUA, que está sendo transportado da Alemanha para a Romênia, é visto dentro de uma base militar, no dia 10 de fevereiro, na Romênia. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou o envio de 3.000 soldados adicionais para reforçar os contingentes militares de países membros da OTAN • Andreea Campeanu/Getty Images
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Veículos militares do Exército dos EUA circulam na área de treinamento militar de Grafenwoehr. O Exército dos EUA está transferindo cerca de 1.000 soldados, incluindo tanques e veículos militares, de sua base em Vilseck, no Alto Palatinado, para a Romênia • Armin Weigel/picture alliance via Getty Images
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Soldado ucraniano é visto saindo de Svitlodarsk, na Ucrânia, em 11 de fevereiro de 2022 • Wolfgang Schwan/Agência Anadolu/Getty Images
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Biden diz a Putin que EUA vão reagir com “consequências severas” se Rússia invadir Ucrânia • Wolfgang Schwan/Agência Anadolu/Getty Images
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Equipamentos militares e soldados do exército dos EUA em base temporária em Mielec, Polônia, em 12 de fevereiro de 2022 • Anadolu Agency/Getty Images
Sullivan expandiu sua declaração de que a Rússia poderia lançar uma invasão da Ucrânia “a qualquer momento”. Ele disse que há uma “possibilidade muito distinta” de que a Rússia aja militarmente, mas não conseguiu identificar quando ou como.
“Não vou entrar em informações de inteligência, mas se você olhar para a disposição das forças na Bielorrússia e na Rússia do outro lado da fronteira ucraniana do norte, do leste, os russos estão em posição de ser capaz de montar uma grande ação militar na Ucrânia a qualquer momento. E por essa razão acreditamos que é importante para nós comunicarmos aos nossos aliados e parceiros, aos ucranianos e aos cidadãos americanos que ainda estão lá”, disse Sullivan.
“Maneira de diminuir as tensões é a Rússia reduzir as tropas”
A maneira mais rápida de diminuir as tensões entre a Rússia e a Ucrânia é a Rússia retirar o acúmulo de tropas na fronteira dos países, disse o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.
“Apenas um país reuniu mais de 100.000 soldados na fronteira de outro país com todas as capacidades e capacidades para conduzir uma invasão. Esse país é a Rússia. Esse país não são os Estados Unidos”, disse Sullivan em entrevista na Casa Branca.
“Assim, a maneira mais rápida de diminuir essa situação para todos os envolvidos seria a Rússia optar por diminuir sua mobilização de forças. Os Estados Unidos estão respondendo ao aumento ativo e sustentado da pressão militar sobre a Ucrânia, estamos fazendo isso em sintonia com aliados e parceiros e, ao mesmo tempo, temos sido extremamente avançados em nossa disposição de nos engajarmos na diplomacia, para abordar as preocupações mútuas da Rússia, dos europeus e dos Estados Unidos quando se trata de segurança na Europa”, disse ele.
Sullivan disse que fala “quase todos os dias” com assessores do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. O presidente Joe Biden conversou diretamente com Zelensky.
Rússia agora tem forças suficientes para invasão da Ucrânia
A Rússia agora tem forças suficientes para realizar uma grande operação militar contra a Ucrânia e um ataque destinado a capturar grandes partes do país pode começar “a qualquer momento”, segundo assessor de segurança nacional da Casa Branca.
Sullivan reiterou que qualquer americano que ainda esteja na Ucrânia deve partir nas próximas 24 a 48 horas. Ele disse que uma invasão russa poderia começar com um ataque aéreo que dificultaria as partidas.
Sullivan disse que a inteligência dos EUA acredita que o presidente russo, Vladimir Putin, pode ordenar uma invasão antes do final dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, em 20 de fevereiro, e que um ataque rápido à capital da Ucrânia, Kiev, é uma possibilidade.
“Não vimos nada chegar até nós que diga que uma decisão final foi tomada, que a ordem foi dada”, disse ele.
Mas com 100.000 soldados concentrados na fronteira com a Ucrânia, Sullivan disse que uma invasão russa pode envolver a captura de grandes partes da Ucrânia, bem como de grandes cidades, incluindo Kiev.
*Com informações de Jeff Mason e Steve Holland, da Reuters