EUA realizam exercícios militares em Porto Rico em meio à tensão com Maduro
Segundo comunicado, o treinamento foi projetado para melhorar a preparação e as capacidades da militares e, ao mesmo tempo, reforçar o vínculo com a Guarda Nacional do território autônomo

Membros da 22ª Unidade Expedicionária de Infantaria de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos iniciaram no domingo (31) treinamentos anfíbios e operações de voo ao sul de Porto Rico, conforme informou o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA em um comunicado de imprensa, em meio a crescentes tensões após o recente deslocamento naval dos Estados Unidos no Caribe e na América Latina.
De acordo com o comunicado, “este treinamento foi projetado para melhorar a preparação e as capacidades da Unidade e, ao mesmo tempo, reforçar o vínculo com a Guarda Nacional de Porto Rico”.
O início do treinamento coincide com o atual deslocamento de mais de 4.000 fuzileiros navais e marinheiros nas águas que cercam a América Latina e o Caribe, como parte de uma iniciativa para combater os cartéis de drogas, segundo confirmaram dois funcionários do Departamento de Defesa dos EUA à CNN.
Trata-se de uma demonstração drástica de força que proporcionará ao presidente Trump uma ampla gama de opções militares caso ele deseje agir contra os cartéis.
Exatamente, o deslocamento da 22ª Unidade Expedicionária de Infantaria de Fuzileiros Navais e do Iwo Jima Amphibious Ready Group (ARG), liderado pelo navio USS Iwo Jima, ao Comando Sul dos Estados Unidos, faz parte de um reposicionamento mais amplo dos ativos militares na área de responsabilidade do Comando Sul que vem sendo realizado nas últimas semanas, segundo um dos funcionários.
“As operações anfíbias são o pilar da integração naval e uma competência essencial da Unidade. Elas facilitam o rápido deslocamento dos Fuzileiros Navais do navio para a costa, apoiando os objetivos estratégicos dos Estados Unidos”, explicou o Corpo de Fuzileiros Navais no comunicado de domingo.
Sobre o aumento da presença militar em Porto Rico, um território autônomo dos Estados Unidos, as autoridades disseram que coordenam "muito de perto com funcionários do governo local, serviços de emergência e a Guarda Nacional de Porto Rico para garantir transparência, entendimento mútuo e uma interação respeitosa. O público poderá observar um aumento do pessoal militar em equipamento tático e em atividades com aeronaves militares.”
A tensão com a Venezuela
Diante dos movimentos das Forças Armadas dos EUA no Caribe, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira (1º) que “a Venezuela vive a maior ameaça do século” e definiu Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, como um “senhor da guerra” que busca uma “mudança de regime por meio da ameaça militar”.
A CNN entrou em contato com o Departamento de Estado dos EUA para pedir uma resposta às declarações de Maduro, mas ainda não recebeu retorno.
No entanto, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse em meados de agosto que “o presidente Trump está disposto a usar todos os recursos do seu poder para impedir a entrada de drogas em nosso país e levar os responsáveis à Justiça”.
O governo Trump também afirmou que Maduro é o líder do Cartel de los Soles, uma organização que recentemente designou como terrorista, e dobrou a recompensa pela captura do presidente.
Enquanto isso, o ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, sustenta que o Cartel dos Soles é uma “invenção” dos EUA, e o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, rejeitou “categoricamente” as “ridículas” acusações de Washington.
