Faixa de Gaza enfrenta pior fase da fome, relata médico palestino
Menina de quatro anos morreu de desnutrição após ficar mais de um mês internada

Nas últimas 24 horas, 18 mortes foram registradas devido à fome na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde, refletindo o agravamento da crise no território.
Além disso, a escassez de alimentos desde março fez com que cada vez mais pessoas procurassem ajuda em hospitais que já estão lotados.
“Gaza está testemunhando a pior fase da fome, que atingiu níveis catastróficos em meio a um silêncio internacional sem precedentes”, afirmou o doutor Khalil Al-Daqran, porta-voz do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, neste domingo (20).
Neste domingo, uma menina de quatro anos morreu de fome no hospital Al-Aqsa, após mais de um mês internada.
Al-Daqran comentou que as crianças que estão morrendo tiveram a infância roubada duas vezes: “uma vez por bombardeios e assassinatos, e outra vez por privá-las de leite e um pedaço de pão”.
O Ministério da Saúde palestino afirmou no sábado (19) que “um número sem precedentes de cidadãos famintos de todas as idades está chegando aos pronto-socorros em estados severos de exaustão e fadiga”.
“Centenas, cujos corpos foram severamente debilitados, agora correm risco de morte iminente devido à fome e à incapacidade de seus corpos de suportarem por mais tempo”, acrescentou a pasta.
Palestinos mortos enquanto buscavam ajuda
Quase 800 palestinos foram mortos enquanto tentavam obter ajuda em Gaza entre o final de maio e 7 de julho, de acordo com o ACNUDH (Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos).
Durante esse período, o ACNUDH registrou o assassinato de 798 pessoas, 615 das quais foram mortas perto de locais da controversa GHF (Fundação Humanitária de Gaza), apoiada pelos Estados Unidos.
Além disso, o órgão pontuou que outras 183 pessoas foram mortas “nas rotas de comboios de ajuda”, sem fornecer detalhes sobre quem os comandava.