Fotos subaquáticas mostram a vida de espécies em rios ameaçados pela crise climática
Peixes de água doce estão entre as espécies mais ameaçadas de extinção na África do Sul
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Peixes de água doce são frequentemente negligenciados por conservadores, em favor de seus parentes mais coloridos e mais fotogênicos da água salgada. O biólogo e fotógrafo Jeremy Shelton contraria a tendência, fotografando peixes como esses Pseudobarbus burchelli • Jeremy Shelton
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Focar nos peixes de água doce é cada vez mais importante, com cerca de um terço das populações globais em risco de extinção e 80 espécies já extintas, de acordo com um relatório de 2021 da WWF. Um Cape galaxias é fotografado aqui, no Rio Sonderend, no Cabo Ocidental da África do Sul • Jeremy Shelton
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A sobrevivência dos ecossistemas de água doce é crítica tanto para a biodiversidade, quanto para as pessoas. Eles fornecem água limpa para ingestão, agricultura e saneamento. Na imagem, está o Rio Rondegat, em Cederberg, que foi o berço de um programa de erradicação de peixes invasores em 2012. Desde então, a biodiversidade na área floresceu • Jeremy Shelton
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A imagem mostra Labeo seeberi, peixes encontrados somente nas províncias de Cabo Setentrional e Cabo Ocidental, nadando no Rio Driehoek. Os rios da África Sul são o lar de uma biodiversidade excepcional, com metade de suas espécies de peixes de água doce não sendo encontradas em nenhum outro lugar do mundo, de acordo com um censo nacional de biodiversidade de 2018 • Jeremy Shelton
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No entanto, peixes de água doce também são o grupo de espécies mais ameaçado da África do Sul, e pântanos e rios estão sob maior pressão do que qualquer outro ecossistema, de acordo com o relatório. Na imagem, peixinhos no Rio Rondegat • Jeremy Shelton
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De acordo com a sondagem, as maiores ameaças às populações de peixes são a degradação dos habitats, as mudanças climáticas e a invasão de espécies, como o bagre de dente afiado (na imagem) • Jeremy Shelton
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A poluição é outra grande ameaça aos ecossistemas de água doce, assim como as mudanças climáticas e a extração de água. Shelton quer capturar essas ameaçar em fotografias • Jeremy Shelton
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Os peixes mortos foram fotografados no Rio Gouritz, uma parte seca do Cabo Ocidental. Shelton disse que os peixes morreram em função da extração de água e da proliferação de uma alga nociva • Jeremy Shelton
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Peixes não são o único assunto das fotos de Shelton. Rios e pântanos são a base de uma diversidade de seres vivos, desde anfíbios como o sapo do Rio (na imagem), até caranguejos, insetos e cobras aquáticas • Jeremy Shelton
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Na imagem, estão girinos de sapo-fantasma, uma espécie em perigo crítico encontrada somente na África do Sul. As maiores ameaças à espécie, de acordo com a União Internacional para a Conservação, são a agricultura, o distúrbio provocado por humanos, o gerenciamento da água e espécies invasoras • Jeremy Shelton
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Plecoptera age como um indicator da saúde dos rios, explicou Shelton. Como é um dos invertebrados mais sensíveis da África do Sul, a sua presença indica que a qualidade da água é boa e adequada para uso humano. Porém, quando desaparece, é um sinal de poluição ou outros distúrbios, ele disse • Jeremy Shelton
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Shelton também gosta de registrar momentos de conexão e curiosidade entre pessoas e a vida na água doce. Na imagem está Jordan Calder, bióloga conservacionista que leciona ciências em escolas • Jeremy Shelton
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Em tons apagados de marrom ou cinza, muitas vezes os peixes de rio passam desapercebidos quando se trata de conservação. A desatenção tem custo, com cerca de um terço das populações globais em risco de extinção e 80 espécies já extintas, de acordo com o relatório “Os Peixes Esquecidos do Mundo”, feito em 2021 pela WWF.
Isso está tendo impacto tanto na natureza, quanto em humanos. Peixes de água doce servem de alimento para cerca de 200 milhões de pessoas, e de sustento para 60 milhões, diz a pesquisa – e dependemos dos ecossistemas de rios para água, saneamento e energia.
“Os rios são as artérias do nosso planeta”, disse o biólogo especialista em conservação de águas doces e fotógrafo Jeremy Shelton. “Eles transportam água fresca e limpa das montanhas por entre as paisagens e nos dão esse recurso crítico do qual dependemos tanto para beber, cultivar e girar a indústria.”
Shelton, pesquisador no Centro de Pesquisa de Água Doce, na África do Sul, encantou-se pelos ecossistemas fluviais na infância, quando brincava em um pequeno córrego nos fundos da casa da sua família. Mas percebendo que as outras pessoas ficavam menos intrigadas pelas profundezas, ele mais tarde pegou sua câmera, buscando mostrar a rica diversidade da vida na água doce, e alertar sobre sua fragilidade.

“É tudo sobre inspirar as pessoas a tornarem-se mais conscientes sobre o mundo natural ao seu redor, e uma vez que essa conexão é forjada, a mudarem a forma como se comportam, como agem e se conectam à vida”, disse Shelton à CNN.
Suas fotografias foram inseridas no relatório da WWF sobre a água doce, e foram amplamente compartilhadas no Instagram, inclusive pelo ator e ativista Leonardo di Caprio.
Rios sul-africanos em perigo
No país natal de Shelton, os ecossistemas fluviais estão em necessidade urgente de proteção. Os peixes de água doce são o grupo de espécies mais ameaçado na África do Sul, e as áreas de pântanos e rios estão sob maior pressão do que qualquer outro ecossistema, de acordo com a análise nacional de biodiversidade de 2018.
O relatório também destaca que metade das espécies de peixes de água doce da África do Sul não podem ser encontradas em nenhum outro lugar do mundo, portanto estratégias para prevenir o declínio das populações e minimizar ameaças como a degradação de habitats e espécies predatórias invasoras são muito necessárias.

“Eu sou testemunha da crescente deterioração dos ecossistemas fluviais ao meu redor, e eu sou movido pela oportunidade de poder trabalhar para conservar alguns desses sistemas”, disse Shelton.
Ele está envolvido em uma série de projetos de conservação da água doce, como o projeto Rios Críticos do Cabo, que é focado na preservação de espécies ameaçadas, como o Pseudobarbus burchelli e o Labeo seeberi, e projetos educacionais ao ar livre, que buscam conectar pessoas jovens com os ecossistemas fluviais.
Mas Shelton acredita que as imagens têm o poder de alcançar além das fronteiras, e comunicar em uma escala global a beleza da natureza e a crise na biodiversidade.

“Através dessas images e da ciência que vem com elas, [eu quero] abrir a mente das pessoas para a beleza e a fragilidade da vida abaixo da superfície dos nossos rios e pântanos”, ele disse.
“Espero que ao conectar-se com esses mundos nunca antes vistos, as pessoas os tratarão um pouco mais gentilmente, e serão um pouco mais considerativas sobre a maneira como vivemos nossas vidas e como interagimos com esses ecossistemas naturais”.