Gaza passa por maior apagão de comunicação desde o início da guerra, diz organização palestina
De acordo com a Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, sinal fraco e com interferências deve atrapalhar trabalho de ambulâncias
Gaza vive um apagão de comunicação há quatro dias, informou a Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (PRCS) neste domingo (17). É a maior interrupção nas comunicações do território desde o início da operação israelense, em outubro, segundo a organização.
De acordo com informativo da organização de monitoramento da Internet, a NetBlocks, emitido por redes sociais no sábado (16), a interrupção já era “o mais longo apagão desde o início do conflito, e provavelmente limitará significativamente a visibilidade dos eventos na área”.
Num vídeo que acompanha a publicação no X – antigo Twitter – o supervisor da sala de operações de emergência do PRCS em Gaza, Osama Kahlut, disse que a organização recorrerá à comunicação de rádio VHF como plano alternativo, mas acrescentou que esse tipo de comunicação “ limita o espaço disponível” e “representa um desafio ao trabalho”.
The fourth day of the communication blackout in #Gaza is the longest since the start of the Israeli escalation. Our EMS teams 🚑 are encountering significant challenges in reaching the wounded amidst the ongoing shelling.#NotATarget #IHL pic.twitter.com/4x1f1ticBy
— PRCS (@PalestineRCS) December 17, 2023
“O sinal é fraco e suscetível a interferências de outras fontes, o que enfraquece a credibilidade e o volume da informação que recebemos. Sem dúvida, as ambulâncias enfrentarão desafios durante este período, principalmente com a queda de energia”, afirmou Kahlut.
O supervisor prosseguiu dizendo que a queda de energia afetou o principal fornecedor de serviços de comunicações aéreas localizado na sede da associação em Khan Younis, no sul de Gaza.
“Infelizmente, este é o único veículo de que dependem todos os centros de ambulâncias na Faixa de Gaza. Isto representa um desafio significativo para os veículos ambulância na resposta a casos humanitários, sinalizando potenciais dificuldades de mobilidade”, disse Kahlut.
O PRCS acrescentou no X que suas equipes médicas de emergência estão “enfrentando desafios significativos para chegar aos feridos em meio aos bombardeios contínuos”.