Governo Trump faz reunião sobre iniciativa da Câmara sobre arquivos Epstein

Autoridades se reuniram com importante congressista republicana para discutir sobre petição que pode forçar votação para que Departamento de Justiça divulgue documentos

Katelyn Polantz, Kaitlan Collins, Hannah Rabinowitz e Alayna Treene, da CNN
Bilionário Jeffrey Epstein em Cambridge, Massachusetts, em 8 de setembro de 2004
Bilionário Jeffrey Epstein em Cambridge, Massachusetts, em 8 de setembro de 2004  • Rick Friedman/Rick Friedman Photography/Corbis via Getty Images
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Autoridades do governo Trump se reuniram nesta quarta-feira (12) com uma importante congressista republicana para discutir uma iniciativa na Câmara dos EUA que visa forçar uma votação sobre a divulgação de arquivos do Departamento de Justiça relacionados a Jeffrey Epstein, de acordo com diversas fontes.

Questionada, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou o encontro, perguntando em coletiva de imprensa: "Isso não demonstra o nível de transparência que temos quando estamos dispostos a nos sentar com membros do Congresso e abordar suas preocupações?".

Leavitt acrescentou: "Não vou detalhar as conversas que ocorreram na Sala de Situação".

Uma fonte familiarizada com o assunto confirmou que a reunião na Sala de Situação contou com a presença de Lauren Boebert, deputada republicana do Colorado que defende a divulgação do acervo de arquivos de Epstein pelo Departamento de Justiça e aderiu à iniciativa para forçar a votação que obriga a sua divulgação.

Mas, após a reunião na Casa Branca, não é esperado que ela retire seu nome da petição, segundo outra fonte. A CNN entrou em contato com Boebert para obter um comentário e aguarda retorno.

Em outra frente, o presidente Donald Trump e a deputada Nancy Mace, outra republicana que assinou a petição, têm tentado se comunicar por telefone.

Ela havia dito anteriormente a Manu Raju, da CNN, que os rumores de que ela planejava retirar seu nome da petição eram falsos.

Tanto o encontro quanto os esforços de Trump para conversar com Mace ressaltam as preocupações do governo em relação ao caso Epstein, que voltou à tona na manhã desta quarta, quando o Comitê de Supervisão da Câmara divulgou mais documentos obtidos do espólio de Epstein, ex-magnata e criminoso sexual.

Os arquivos do Departamento de Justiça, que abrangem anos de investigação sobre uma rede de tráfico sexual infantil, podem incluir detalhes que a Câmara ainda não obteve.

A controvérsia em torno de Epstein e seus contatos com outras pessoas poderosas, incluindo Donald Trump, dividiu o Partido Republicano nos últimos meses.

De toda forma, Trump não foi acusado de nenhum crime, e Ghislaine Maxwell, ex-namorada de Epstein e condenada por tráfico sexual de menores, disse anteriormente ao procurador-geral-adjunto Todd Blanche que não havia visto nenhuma irregularidade, inclusive por parte de Trump.

Caso Epstein no Congresso dos EUA

No Capitólio, três republicanos da Câmara dos Representantes – Lauren Boebert, Marjorie Taylor Greene e Nancy Mace – aderiram a uma iniciativa dos deputados Thomas Massie, republicano do Kentucky, e Ro Khanna, democrata da Califórnia, para forçar uma votação no plenário da Câmara sobre a divulgação dos documentos.

Eles conseguiram a 218ª assinatura necessária ainda nesta quarta-feira (12), permitindo que a iniciativa para forçar a votação avance. Porém, caso algum parlamentar retire seu nome da petição, não será possível seguir com a iniciativa.

Se 218 parlamentares – a maioria dos 435 – assinarem uma petição, eles podem forçar uma votação em plenário sobre qualquer assunto, mesmo que a liderança se oponha. Mas esforços do tipo raramente são bem-sucedidos.

Casa Branca diz que novos arquivos "não provam nada"

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou nesta quarta que os e-mails de Epstein divulgados e que mencionam Trump “não provam absolutamente nada”.

Ela também defendeu os esforços do governo para bloquear as tentativas da Câmara de obrigar a divulgação dos arquivos de Epstein, argumentando que o governo está comprometido com a transparência.

“Estamos cooperando e demonstrando apoio ao Comitê de Supervisão da Câmara. Esse é um dos motivos pelos quais vocês estão vendo esses documentos que foram divulgados hoje, devido aos esforços do Comitê de Supervisão da Câmara e dos republicanos para torná-los públicos”, disse ela.

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