Guerra em Gaza: Pelo menos 180 jornalistas foram mortos desde 2023

Assassinato de profissionais da emissora Al Jazeera foi condenado por organizações internacionais

Da CNN
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O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) afirmou que pelo menos 180 jornalistas foram mortos na guerra Israel-Gaza desde outubro de 2023. Segundo a organização, "178 desses jornalistas eram palestinos mortos por Israel".

O levantamento foi divulgado após um ataque israelense matar cinco funcionários da emissora Al Jazeera. As Forças de Defesa de Israel disseram que tinham como alvo o correspondente Anas Al-Sharif, após acusá-lo de liderar uma célula do Hamas. A Al Jazeera nega veementemente que Al-Sharif tivesse ligação com o grupo palestino.

A ONU chamou o ataque de “grave violação do direito internacional humanitário”. O secretário-geral António Guterres pediu uma "uma investigação independente e imparcial" sobre os ataques.

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"Jornalistas e profissionais da mídia devem ser respeitados, devem ser protegidos e devem ter permissão para realizar seu trabalho livremente, livres de medo e assédio", disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral. Dujarric acrescentou que pelo menos 242 jornalistas foram mortos em Gaza desde o início da guerra, número ainda maior do que o divulgado pelo Comitê de Proteção a Jornalistas.

 

Além dos funcionários da Al Jazeera, o ataque também teria matado Mohammad Al-Khaldi, um repórter freelancer local, segundo médicos do Hospital Al Shifa.

Palestinos se reuniram nesta segunda-feira (11) na Cidade de Gaza para velar os corpos.

Entenda a guerra na Faixa de Gaza

A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 outubro de 2023, depois que o Hamas lançou um ataque terrorista contra Israel.

Combatentes do grupo radical palestino mataram 1.200 pessoas e sequestraram 251 reféns naquele dia.

Então, tropas israelenses deram início a uma grande ofensiva com bombardeios e por terra para tentar recuperar os reféns e acabar com o comando do Hamas.

Os combates resultaram na devastação do território palestino e no deslocamento de cerca de 1,9 milhão de pessoas, o equivalente a mais de 80% da população total da Faixa de Gaza, segundo a UNRWA (Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos).

Desde o início da guerra, pelo menos 61 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. O ministério, controlado pelo Hamas, não distingue entre civis e combatentes do grupo na contagem, mas afirma que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças. Israel afirma que pelo menos 20 mil são combatentes do grupo radical.

Parte dos reféns foi recuperada por meio de dois acordos de cessar-fogo, enquanto uma minoria foi recuperada por meio das ações militares.

Autoridades acreditam que cerca de 50 reféns ainda estejam em Gaza, sendo que cerca de 20 deles estariam vivos.

Enquanto a guerra avança, a situação humanitária se agrava a cada dia no território palestino. De acordo com a ONU, passa de mil o número de pessoas que foram mortas tentando conseguir alimentos, desde o mês de maio, quando Israel mudou o sistema de distribuição de suprimentos na Faixa de Gaza.

Com a fome generalizada pela falta da entrada de assistência na Faixa de Gaza, os relatos de pessoas morrendo por inanição são diários.

Israel afirma que a guerra pode parar assim que o Hamas se render, e o grupo radical demanda melhora na situação em Gaza para que o diálogo seja retomado. 

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