Guerra em Gaza: veja ações que levaram a nova escala do conflito

Gabinete de segurança de Israel aceitou proposta do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nesta sexta-feira (8) após quase 10 horas de votação

Da CNN Brasil
Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu  • Reuters
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No final de junho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou acreditar que um cessar-fogo em Gaza seria estabelecido "em duas semana". Cerca de um mês depois, no final de julho, Israel e Hamas ainda não tinham um acordo definido.

O limbo causado entre as conversas aconteceu pela retirada repentina dos EUA das negociações, com o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, afirmando que o país "consideraria opções alternativas para trazer os reféns de volta."

Desde então, autoridades de ambos os lados se manifestaram sobre a situação das negociações e do aumento da crise humanitária no território palestino, incluindo a aprovação de um plano para ocupar a Cidade de Gaza pelo gabinete de segurança de Israel nesta sexta-feira (8).

Entenda a ordem dos eventos que levaram até essa decisão:

21 de julho

Uma fonte israelense disse à CNN que as negociações estavam progredindo "lentamente", mas os principais obstáculos haviam sido resolvidos, acrescentando que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estava sob pressão dos EUA para chegar a um acordo.

Duas outras fontes disseram que os EUA comunicaram ao Hamas que estão perdendo a paciência. O Hamas afirmou estar se esforçando para chegar a um acordo.

22 de julho

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse à porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, que estava "muito otimista" quanto à possibilidade de um cessar-fogo. Bruce disse à CNN que Witkoff viajaria ao Catar no final da semana para discussões, caso as negociações atingissem um estágio avançado.

23 de julho

Uma fonte egípcia disse à CNN que o Hamas havia apresentado uma resposta, mas ela não atendeu às expectativas dos mediadores. Outra fonte disse que o Hamas foi instruído a reenviar sua resposta, expressando pessimismo em relação a uma trégua. O grupo palestino posteriormente afirmou ter apresentado uma contraproposta.

24 de julho

Várias autoridades familiarizadas com as negociações disseram à CNN que havia um otimismo crescente em relação ao acordo após o Hamas apresentar sua contraproposta.

Mais tarde, porém, Israel anunciou que estava convocando negociadores do Catar. Os EUA seguiram o exemplo, com Witkoff afirmando que Washington "consideraria opções alternativas".

 

25 de julho

Netanyahu disse que Witkoff "acertou" e que Israel também está "considerando opções alternativas". Uma fonte com conhecimento direto das negociações disse à CNN que a retirada dos EUA foi "um terremoto".

Um alto funcionário israelense, no entanto, disse à CNN que as negociações "não fracassaram" e que ainda há uma oportunidade para as negociações serem retomadas se o Hamas revisar sua exigência de número de prisioneiros a serem libertados.

27 de julho

Trump culpou o Hamas pelo fracasso nas negociações de cessar-fogo, afirmando que o grupo militante não quer devolver seus prisioneiros restantes porque, nesse caso, "seria o fim" da existência do grupo.

Enquanto isso, o Hamas disse que a crise de fome em Gaza significava que “não havia sentido em continuar as negociações” nas condições atuais.

31 de julho

O Hamas interrompeu discussões sobre o cessar-fogo e as negociações para a libertação de reféns, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto à CNN.

Além disso, o grupo afirmou estar comprometido com as negociações, mas que a situação humanitária no território precisa melhorar para que o grupo retome o diálogo. Uma autoridade israelense de alto escalão afirmou que Israel e os Estados Unidos estão formando um novo entendimento sobre Gaza.

4 de agosto

Uma autoridade israelense afirmou que Netanyahu estava "pressionando pela libertação dos reféns por meio da derrota militar (do Hamas)", acusando o grupo de se recusar a se envolver em negociações significativas.

8 de agosto

Nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (8), o gabinete de segurança israelense aprovou um plano para ocupar a Cidade de Gaza, informou o gabinete do Primeiro-Ministro.

Enquanto o gabinete votava, protestos em massa aconteciam em Israel devido ao temor de que a decisão de expandir as operações militares colocasse os reféns em perigo, e a crescente pressão internacional sobre Israel para encerrar o conflito e permitir a entrada de mais alimentos no território, à medida que a fome se espalhava.

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