Há possibilidade de mais desafios para Putin, diz especialista
Para professor de Relações Internacionais da ESPM, ameaça de ataque de grupo militar Wagner ao governo russo mostra fragilidades internas
Para o professor de Relações Internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, o fato de o avanço sobre Moscou do grupo militar Wagner ter sido contido na Rússia não significa que os problemas do presidente do país, Vladimir Putin, acabaram.
“Veja as fragilidades expostas nesse processo. Quando olhamos essa situação, vemos que há, sim, a possibilidade de mais desafios”, disse Trevisan em entrevista à CNN neste domingo (25).
Após iniciar, na sexta-feira (23), ums marcha rumo a Moscou, em retaliação a um suposto ataque do exército russo a uma de suas bases, o Grupo Wagner desistiu da empreitada, no sábado (24). Seu líder, Yevgeny Prigozhin, deve ser transferido para a Belarus, após um acordo com o grupo intermediado pelo presidente do pequeno país vizinho, Aleksandr Lukashenko.
“Há rachaduras muito notórias [no governo russo] e que ficaram muito claras, porque o Grupo Wagner capitaneou um descontentamento”, disse Trevisan.
“O Centro de Estudos Estratégicos de Londres tem uma lista de mais de 300 grupos semelhantes a esse. Então, se há sinalização de que tem fragilidades no poder central, outros grupos semelhantes a esse podem, sim, voltar a agir em outras situações.”