Hamas condena tomada de Gaza e diz que ação terá "custo alto"

Grupo palestino afirmou que Israel é "indiferente ao destino dos reféns"

Ibrahim Dahman, Eyad Kourdi e Nadeen Ebrahim, da CNN
Integrantes do Hamas reunidos na região de Khan Younis, sul de Gaza  • undefined
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O Hamas condenou o plano israelense de tomar a Cidade de Gaza como um "crime de guerra completo" e alertou que a medida terá um "custo alto".

"A aprovação pelo 'gabinete sionista' dos planos de ocupar a Cidade de Gaza e evacuar à força seus moradores constitui um novo crime de guerra que o exército de ocupação está se preparando para cometer contra a cidade e seus quase um milhão de habitantes", afirmou o Hamas em um comunicado.

O gabinete de segurança de Israel aprovou nesta sexta-feira (8) um plano para assumir o controle da Cidade de Gaza e estender o "controle de segurança" sobre o território, informou o gabinete do primeiro-ministro.

Israel havia retirado tropas e assentamentos de Gaza em 2005, após 38 anos de ocupação.

O grupo palestino afirmou que a "manipulação da linguagem por Israel, substituindo o termo 'ocupação' por 'controle', nada mais é do que uma tentativa óbvia de se esquivar da responsabilidade legal pelas consequências deste crime brutal".

O Hamas também acrescentou que a decisão de Israel "explica claramente a retirada repentina da ocupação da última rodada de negociações", que, segundo o grupo palestino, estava "prestes" a chegar a um acordo.

O grupo afirmou que continuará a tomar "todas as medidas necessárias" para abrir caminho para um acordo de cessar-fogo que liberte todos os reféns de uma só vez em troca do fim da guerra e da retirada das tropas israelenses.

Expansão da guerra coloca reféns em risco

O Hamas afirmou que a decisão de Israel de expandir a guerra em Gaza demonstra que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e seu governo são "indiferentes ao destino de seus reféns" e "plenamente cientes de que expandir a agressão significaria sacrificá-los".

O grupo acrescentou que a decisão de Israel era "um claro reflexo de seu desrespeito irresponsável pelas vidas dos prisioneiros em busca de delírios políticos fracassados".

A Jihad Islâmica Palestina, um grupo militante em Gaza que alinhado com o Hamas mas que age de forma independente, afirmou que responsabiliza "todos os governos árabes e ocidentais" por conter Israel e sua "escalada perigosa".

O anúncio israelense "representa um novo capítulo na guerra genocida contra nosso povo", afirmou a Jihad Islâmica Palestina em um comunicado.

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