Irã condena “agressão” contra seu consulado na Síria em meio a ataques
Grupos rebeldes armados reacenderam conflito e entraram em Aleppo, segunda maior cidade síria
O Ministério das Relações Exteriores do Irã condenou neste sábado (30) o que chamou de “agressão de elementos terroristas” contra seu consulado na cidade síria de Aleppo, informou a mídia estatal iraniana.
“O cônsul-geral e todos os membros do consulado do Irã em Aleppo estão em boas condições de saúde”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmaeil Baghaei, à mídia estatal.
As forças de oposição sírias tomaram o controle de grande parte de Aleppo, segunda maior cidade da Síria. O avanço inesperado dos rebeldes já deixou dezenas de soldados do governo sério mortos.
É a primeira vez que rebeldes sírios colocam os pés em Aleppo desde que as forças do governo do presidente Bashar Al-Assad retomaram o controle durante a guerra civil, em 2016.
Em resposta ao avanço rebelde, a força aérea russa lançou na sexta-feira uma ofensiva aérea contra as forças rebeldes sírias nas províncias de Aleppo e Idlib, informou a mídia estatal russa.
O tenente-coronel Hassan Abdelghani, um comandante da coalizão, disse que seu objetivo era “libertar nossos territórios ocupados” do que ele chamou de “regime criminoso”, bem como das milícias iranianas.
Entenda o conflito na Síria
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.