Irã não pode cortar cooperação com agência nuclear da ONU, diz autoridade
Parlamento aprovou uma lei que suspende colaboração e estipula que inspeções futuras vão precisar de aprovação do conselho de segurança de Teerã
O Irã não pode cortar completamente a cooperação com o órgão de vigilância nuclear da ONU, disse o ministro das Relações Exteriores do país na quarta-feira (20), após a promulgação de uma lei que exige aprovação de segurança de alto nível para futuras inspeções de instalações nucleares.
Os inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) não conseguem acessar as instalações nucleares do Irã desde que Israel e os EUA as bombardearam durante um conflito de 12 dias em junho, apesar do chefe da AIEA, Rafael Grossi, afirmar que as inspeções continuam essenciais.
No mês passado, o parlamento iraniano aprovou uma legislação suspendendo a cooperação com a AIEA e estipulando que quaisquer inspeções futuras precisarão de sinal verde do Conselho Supremo de Segurança Nacional de Teerã.
O Parlamento agiu depois que a República Islâmica acusou a AIEA de efetivamente abrir caminho para os ataques de Israel e dos EUA com um relatório em 31 de maio que levou o Conselho de Governadores da agência a declarar que o Irã violou suas obrigações de não proliferação.
Ainda assim, o Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, em comentários divulgados pela mídia estatal na quarta-feira (20), disse que Teerã "não pode cortar completamente nossa cooperação com a agência... Portanto, os inspetores devem estar lá para fazer esse trabalho".
Ele não deu mais detalhes.
Araqchi falou dois dias depois de um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores dizer que o Irã continuaria as negociações com a AIEA e que provavelmente teriam outra rodada de negociações nos próximos dias.
Respondendo a uma pergunta sobre a retomada das negociações com Washington, Araqchi disse que as negociações precisam atingir "maturidade".
Uma sexta rodada de negociações entre Teerã e Washington foi suspensa após os ataques israelenses e norte-americanos em junho.