Irã rejeita negociações enquanto EUA fizerem "exigências irracionais"
Conversas haviam sido suspensas após israelenses e americanos bombardearem instalações nucleares iranianas, em junho

O Irã não retornará às negociações com os Estados Unidos enquanto Washington fizer "exigências irracionais", disse o ministro das Relações Exteriores iraniano nesta quarta-feira (22), de acordo com a agência de notícias semioficial Tasnim.
Teerã e Washington se envolveram em cinco rodadas de negociações indiretas sobre a área nuclear, que terminaram com a guerra aérea de 12 dias em junho, na qual Israel e EUA bombardearam instalações nucleares iranianas.
"As negociações em andamento com os EUA, bem como as negociações em Nova York, foram suspensas e não avançaram devido às demandas excessivas dos EUA", disse Abbas Araqchi, de acordo com a Tasnim.
No mês passado, uma fonte iraniana disse à Reuters que "várias mensagens foram transmitidas a Washington para a retomada das negociações por meio de mediadores nas últimas semanas, mas os americanos não responderam".
No início deste mês, a porta-voz do governo iraniano, Fatemeh Mohajerani, disse que autoridades norte-americanas não compareceram a uma reunião proposta pelo Irã em Nova York durante a Assembleia Geral da ONU.
Araqchi disse nesta quarta-feira (22) que o Irã teve contatos com o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, por meio de mediadores, reiterando que Teerã "sempre esteve comprometido com a diplomacia e soluções pacíficas".
Os Estados Unidos, seus aliados europeus e Israel acusam Teerã de usar seu programa nuclear como disfarce para esforços de desenvolvimento da capacidade de produção de armas. O Irã afirma que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos.