Irã “tem direito e obrigação de defesa contra atos agressivos”, diz chancelaria
Ministério das Relações Exteriores iraniano se pronunciou após os ataques de Israel
O Irã tem “o direito e a obrigação de se defender contra atos agressivos externos”, disse o Ministério das Relações Exteriores do país neste sábado (26), após ataques aéreos israelenses contra alvos militares iranianos.
Chamando o ataque israelense de uma violação da lei internacional, o ministério disse em um comunicado que Teerã “reconhece suas responsabilidades em relação à paz e à segurança regionais”.
O conflito
Israel assumiu a autoria de uma série de ataques que atingiram alvos militares na cidade de Teerã, capital do Irã, na madrugada deste sábado (26). A ofensiva é uma resposta aos mísseis disparados pelas forças iranianas em direção a Israel no início deste mês de outubro.
Segundo o Irã, o ataque contra Israel foi uma resposta à morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah e outros membros da organização. Nasrallah foi assassinado no Líbano, após um ataque aéreo das Forças de Defesa de Israel (FDI), em 27 de setembro.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º de outubro marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah.