Israel diz que controla 40% da Cidade de Gaza e quer intensificar ofensiva

Ofensiva gerou críticas internacionais por causa da crise humanitária na área, elevando tensões entre comandantes militares e políticos

Reuters
Tanques do exército israelense estacionados na fronteira entre Israel e Gaza  • Jack Guez/AFP via Getty Images via CNN Newsource
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O porta-voz militar de Israel, Effie Defrin, anunciou nesta quinta-feira (4) que o país controla cerca de 40% da Cidade de Gaza, enquanto um novo bombardeio forçou mais palestinos a deixarem suas casas.

Moradores desafiaram as ordens israelenses, permanecendo nas ruínas que estão no caminho dos últimos avanços das Forças Israelenses.

Autoridades de saúde de Gaza disseram que disparos israelenses no enclave mataram pelo menos 53 pessoas nesta quinta-feira (4), a maioria na Cidade de Gaza, onde as Israel avança pelos subúrbios e agora está a poucos quilômetros do centro da cidade.

O premiê israelense Benjamin Netanyahu lançou a ofensiva na Cidade de Gaza em 10 de agosto, no que ele diz ser um plano para derrotar os militantes do Hamas na parte de Gaza onde as tropas israelenses lutaram mais intensamente na fase inicial da guerra.

A campanha gerou críticas internacionais por causa da crise humanitária na área e provocou níveis incomuns de preocupação dentro de Israel, incluindo relatos de tensão sobre estratégia entre alguns comandantes militares e líderes políticos.

Entenda a guerra na Faixa de Gaza

A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 outubro de 2023, depois que o Hamas lançou um ataque terrorista contra Israel.

Combatentes do grupo radical palestino mataram 1.200 pessoas e sequestraram 251 reféns naquele dia. Então, tropas israelenses deram início a uma grande ofensiva com bombardeios e por terra para tentar recuperar os reféns e acabar com o comando do Hamas.

Os combates resultaram na devastação do território palestino e no deslocamento de cerca de 1,9 milhão de pessoas, o equivalente a mais de 80% da população total da Faixa de Gaza, segundo a UNRWA (Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos).

Desde o início da guerra, pelo menos 63 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

O ministério, controlado pelo Hamas, não distingue entre civis e combatentes do grupo na contagem, mas afirma que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças. Israel afirma que pelo menos 20 mil são combatentes do grupo radical.

Parte dos reféns foi recuperada por meio de dois acordos de cessar-fogo, enquanto uma minoria foi recuperada por meio das ações militares. Autoridades acreditam que cerca de 50 reféns ainda estejam em Gaza, sendo que cerca de 20 deles estariam vivos.

Enquanto a guerra avança, a situação humanitária se agrava a cada dia no território palestino. De acordo com a ONU, passa de mil o número de pessoas que foram mortas tentando conseguir alimentos, desde o mês de maio, quando Israel mudou o sistema de distribuição de suprimentos na Faixa de Gaza.

Com a fome generalizada pela falta da entrada de assistência na Faixa de Gaza, os relatos de pessoas morrendo por inanição são diários. Israel afirma que a guerra pode parar assim que o Hamas se render, e o grupo radical demanda melhora na situação em Gaza para que o diálogo seja retomado.