Israel diz que matou 90 homens armados no hospital Al-Shifa

Hamas nega e diz que vítimas eram civis em atendimento ou abrigados no local

Da Reuters
Palestinos se abrigam no hospital Al Shifa, em Gaza
Palestinos se abrigam no hospital Al Shifa, em Gaza7/11/2023 REUTERS/Stringer/Arquivo  • 7/11/2023 REUTERS/Stringer/Arquivo
Compartilhar matéria

Militares israelenses disseram nesta quarta-feira (20) que mataram cerca de 90 homens armados e prenderam 160 em um ataque ao hospital Al-Shifa, em Gaza, uma alegação que o grupo islâmico Hamas negou.

Al-Shifa, o maior hospital da Faixa de Gaza antes da guerra, é agora uma das poucas instalações de saúde ainda parcialmente operacionais no norte do território, e também abrigava civis.

"No último dia, as tropas eliminaram terroristas e localizaram armas na área do hospital, evitando danos a civis, pacientes, equipes médicas e equipamentos médicos", disseram os militares em um comunicado.

Também foram publicados os nomes e fotografias de dois soldados israelenses mortos na operação.

A incursão de Israel no hospital começou na madrugada de segunda-feira (18). Os militares, que publicaram vídeos de supostos esconderijos de armas dentro da instalação, disseram que enviaram forças especiais apoiadas por infantaria e tanques, com base em informações de inteligência que mostrariam que o hospital estava sendo usado novamente por homens armados.

Ismail Al-Thawabta, diretor do escritório de mídia do governo de Gaza, disse que todos os mortos eram pacientes feridos e civis abrigados dentro do hospital.

"O exército de ocupação israelense pratica mentira e engana ao espalhar sua narrativa como parte da justificação de seus crimes contínuos e infratores da lei, que violam o direito internacional, o direito humanitário internacional", disse ele.

A Reuters não conseguiu verificar nenhuma das contas.

Israel enfrentou duras críticas em novembro passado, quando as tropas invadiram pela primeira vez o hospital Al-Shifa. As tropas descobriram túneis que, segundo elas, foram usados como centros de comando e controle pelo Hamas.

O Hamas e a equipe médica negam que o hospital seja usado para fins militares ou para abrigar combatentes.

"O que acontece no Hospital Al-Shifa é um crime de guerra e faz parte da guerra de genocídio conduzida pela ocupação israelense", disse o alto funcionário do Hamas, Basem Naim, que já serviu como ministro da Saúde.

*Reportagem de Maayan Lubell e Nidal al-Mughrabi; Edição de Kevin Liffey, Gareth Jones e Sharon Singleton