Itália e Espanha enviam navios para ajudar flotilha de ajuda a Gaza

Flotilha Global Sumud para Gaza diz ter sido atacada ao tentar romper bloqueio naval de Israel no território palestino

Alvise Armellini, da Reuters, Roma
Dois barcos da Global Sumud Flotilla deixam ilha grega com direção a Gaza 14/9/2025 REUTERS/Giorgos Solaris  • Reuters
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Itália e Espanha enviaram navios militares para auxiliar uma flotilha de ajuda internacional que foi atacada por drones ao tentar entregar ajuda a Gaza, o que pode aumentar as tensões com Israel, que se opõe fortemente à iniciativa.

 A GSF (Flotilha Global Sumud para Gaza) está usando cerca de 50 barcos civis para tentar romper o bloqueio naval de Israel a Gaza. Muitos advogados, parlamentares e ativistas, incluindo a ativista climática sueca Greta Thunberg, estão a bordo.

O ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, disse na quinta-feira (25) que seu país havia enviado um navio e outro estava a caminho, principalmente para oferecer assistência aos italianos a bordo da flotilha. Ele também pediu aos ativistas que abandonassem os planos de romper o bloqueio.

"Não é um ato de guerra, não é uma provocação: é um ato de humanidade, que é um dever de um Estado para com seus cidadãos", disse ele à câmara alta do Parlamento sobre a decisão de enviar navios da Marinha.

A Itália propôs um acordo pelo qual os suprimentos de ajuda poderiam ser deixados no Chipre e entregues ao Patriarcado Latino de Jerusalém da Igreja Católica, que então os distribuiria em Gaza. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que Israel apoia a ideia.

No entanto, a delegação italiana rejeitou essa sugestão em nome da flotilha na quinta-feira (25).

"Nossa missão permanece fiel ao seu objetivo original de romper o cerco ilegal (de Israel) e entregar ajuda humanitária à população sitiada de Gaza", disse o grupo italiano em um comunicado.

O Patriarcado Latino de Jerusalém disse que não comentaria os relatos de que estava em discussões sobre a flotilha.

A Itália enviou uma primeira fragata na quarta-feira (24), horas depois que a flotilha disse ter sido alvo de drones que lançaram granadas de atordoamento e pó de coceira nas embarcações enquanto navegavam em águas internacionais a 56 km da ilha grega de Gavdos.

Ninguém ficou ferido, mas foram causados alguns danos às embarcações.

A Espanha também disse que estava enviando um navio de guerra na quinta-feira (25) para ajudar a flotilha, juntando-se à Itália em uma ação sem precedentes dos governos europeus.

Tentativas anteriores de ativistas para romper o bloqueio naval em Gaza foram neutralizadas à força pelos militares israelenses.