Ketanji Brown Jackson pode ser primeira mulher negra nomeada na Suprema Corte dos EUA
Por 53 a 47, Senado votou a favor de moção para prosseguir com nomeação de juíza; Jackson tem 51 anos e atualmente atua no Tribunal de Apelação federal de Washington
O Comitê Judiciário do Senado dos Estados Unidos votou, nesta segunda-feira (4), a favor da nomeação da juíza Ketanji Brown Jackson na Suprema Corte dos Estados Unidos. Ketanji poderá fazer história como a primeira mulher negra a ocupar um cargo de juíza na Suprema Corte norte-americana.
A moção foi aprovada por 53 votos a 47. Para descartar a possibilidade de um impasse à nomeação, eram necessários ao menos 51 votos.
Todos os senadores democratas e três republicanos — a senadora Susan Collins do Maine, Mitt Romney de Utah e Lisa Murkowski do Alasca — votaram a favor de Jackson.
Os líderes republicanos e democratas do Senado concordam que a juíza é uma candidata bem qualificada, mas esperava-se que quase todos os senadores republicanos se opusessem a ela.
Agora, o líder da maioria no Senado, o republicano Chuck Schumer, se moverá para quebrar uma obstrução do Partido Republicano a Jackson, levando a uma votação final de confirmação na próxima quinta (7) ou sexta-feira (8).
Jackson, 51 de anos, está no tribunal de apelação federal de DC e foi considerada a favorita para a vaga desde que o juiz Stephen Breyer anunciou sua aposentadoria.
Embora seja histórica, a escolha de Jackson não mudará a composição ideológica da corte.
Atualmente, o tribunal tem seis juízes conservadores e três juízes liberais – e Breyer, que se aposentou, vem do campo liberal.
Nomeação
Em fevereiro, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, escolheu Ketanji Brown Jackson como sua candidata à Suprema Corte.
A decisão deu início a um processo histórico que com a confirmação da primeira mulher negra a ocupar o cargo no mais alto tribunal da nação.
Jackson, de 51 anos, atualmente atua no Tribunal de Apelação federal da capital americana de Washington e foi considerada a favorita para a vaga desde que o juiz Stephen Breyer anunciou sua aposentadoria.
Carreira
Jackson trabalhou para o ex-juiz Stephen Breyer e atuou como defensora pública federal em Washington – uma experiência que seus apoiadores dizem ser adequada, dado o compromisso de Biden de colocar mais defensores públicos no tribunal federal.
Ela também foi comissária da Comissão de Sentenças dos EUA e atuou no tribunal distrital federal em DC (Distrito de Colúmbia), como nomeada pelo presidente Barack Obama, antes de Biden a elevar ao Circuito de DC no ano passado.
Quando Jackson foi confirmada no tribunal de apelação, ela teve o apoio de três senadores republicanos.
Como juíza – onde alguns dos casos mais politicamente carregados são arquivados – Jackson emitiu decisões notáveis sobre a capacidade do Congresso de investigar a Casa Branca.
No ano passado, ela estava no painel unânime do Circuito de DC que ordenou a divulgação de certos documentos da Casa Branca de Trump ao Comitê da Câmara sobre a invasão do Capitólio de 6 de janeiro.
Após o anúncio de aposentadoria de Breyer no final de janeiro, Biden começou a revisar materiais, como registros legais e escritos, sobre suas escolhas em potencial, que incluíam Jackson, a juíza da Suprema Corte da Califórnia, Leondra Kruger, e a juíza distrital dos EUA da Carolina do Sul, J. Michelle Childs.
Biden se comprometeu a nomear uma juíza negra da Suprema Corte dos EUA quando estava concorrendo à presidência em 2020.