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    Metade dos americanos são contra campos de detenção de imigrantes, diz pesquisa

    Trump propõe criar alojamentos para abrigar pessoas que entraram nos EUA ilegalmente

    Ted HessonJason Langeda Reuters , Washington

    Cerca de metade dos eleitores dos Estados Unidos se opõe à proposta de colocar os imigrantes que estão no país ilegalmente em campos de detenção enquanto aguardam a deportação, segundo uma nova pesquisa Reuters/Ipsos. Os dados sugerem que os americanos podem estar cautelosos com relação aos planos de punição mais severa aos ilegais do candidato republicano à Presidência dos EUA, Donald Trump.

    Cerca de 54% dos eleitores registrados se opuseram ao uso de campos de detenção, enquanto 36% apoiaram essa medida e 10% disseram que não sabiam ou não responderam, segundo a pesquisa. Ainda assim, 56% disseram que a maioria ou todos os imigrantes que estão ilegalmente nos EUA deveriam ser deportados.

    Trump fez da repressão à imigração ilegal um ponto central de sua campanha de reeleição contra o presidente democrata Joe Biden. A imigração surgiu como uma das principais questões para os eleitores, especialmente para os republicanos, na corrida para a eleição de 5 de novembro.

    O New York Times informou, no ano passado, que o ex-presidente Trump, se reeleito, planeja construir grandes campos para manter os imigrantes aguardando uma possível deportação.

    Em uma entrevista à revista Time publicada em abril, Trump disse que consideraria a possibilidade de usar os campos, mas que “não haveria tanta necessidade deles” porque as pessoas seriam rapidamente deportadas.

    Tom Homan, ex-funcionário de imigração de Trump que poderia fazer parte de um segundo governo, disse que os campos seriam necessários à medida que mais imigrantes ilegais fossem presos e detidos para deportação, excedendo o espaço de detenção existente.

    “Teremos que mantê-los em algum lugar”, disse ele em uma entrevista.

    Imigrantes se entregam a um agente de fronteira depois de cruzarem a fronteira entre México e EUA em Jacumba Hot Springs, na Califórnia 15/05/2024 REUTERS/Adrees Latif

    Homan disse que esses alojamentos seguiriam os padrões de detenção estabelecidos pelo Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) e que não seriam “campos de concentração”.

    Homan disse que as tropas da Guarda Nacional poderiam potencialmente apoiar as operações de deportação, mas que os agentes da lei precisariam fazer as prisões.

    A porta-voz da campanha de Trump, Karoline Leavitt, não comentou sobre o possível uso desses campos em uma declaração à Reuters, mas disse que Trump “mobilizaria todos os poderes federais e estaduais necessários para instituir a maior operação de deportação da história americana”.

    Biden derrotou Trump na eleição de 2020 prometendo reverter muitas das políticas de imigração de linha dura de Trump, mas sofreu para lidar com o número recorde de imigrantes pegos cruzando ilegalmente a fronteira dos EUA com o México. Biden endureceu sua abordagem em relação à fronteira com a proximidade da eleição.

    A porta-voz da campanha de Biden, Maca Casado, disse em um comunicado que os americanos “querem segurança na fronteira e soluções de imigração, não o caos cruel e ineficaz que Donald Trump está oferecendo”.

    O ICE intensificou as deportações no final do ano passado, com 66 mil pessoas removidas de 1º de outubro a 31 de dezembro de 2023, de acordo com estatísticas da agência, um ritmo muito mais agressivo do que em outros anos sob Biden.

    Cerca de 85% dos eleitores republicanos na pesquisa Reuters/Ipsos disseram que a maioria ou todos os imigrantes ilegais nos EUA deveriam ser deportados, em comparação com 26% dos democratas e 61% dos independentes.

    Mas menos eleitores concordaram com a afirmação de que os imigrantes que estão no país ilegalmente devem ser presos e colocados em campos de detenção enquanto aguardam as audiências de deportação.

    Cerca de 62% dos republicanos registrados disseram concordar, em comparação com 12% dos democratas e 35% dos independentes.

    A pesquisa, realizada online, entrevistou 3.208 eleitores registrados em todo o país. As margens de erro foram de cerca de 2 pontos percentuais para as respostas de todos os eleitores registrados, cerca de 3 pontos para os republicanos e democratas registrados e cerca de 4 pontos para os independentes.

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