Milei apoia irmã após suspeita de corrupção e acusa oposição de semear caos
Demonstração de apoio acontece após Karina Milei ser citada em um escândalo de propina na Argentina

O presidente da Argentina, Javier Milei, e sua irmã, a secretária presidencial Karina Milei, compareceram a um evento do partido La Libertad Avanza na segunda-feira (25) em meio a um escândalo de corrupção envolvendo um suposto esquema de propina que ameaça envolver altos funcionários.
Milei não abordou as alegações durante o discurso, mas disse que a oposição tenta "semear o caos".
"Numa época em que o kirchnerismo (oposição) está aberta e descaradamente semeando o caos e tentando criar instabilidade, quero dizer que nada disso nos assustará, porque acabamos com o déficit (fiscal) de 123 anos em um único mês", afirmou Milei.
O líder argentino também elogiou sua irmã pelo que ele chamou de "tarefa titânica" de organizar o partido em nível nacional. "Obrigada, chefe", disse ele.
A mídia local publicou gravações de áudio na semana passada nas quais uma voz semelhante à de Diego Spagnuolo, então chefe da agência para pessoas com deficiência, pode ser ouvida discutindo subornos dentro da agência.
Ele faz alusão a Karina Milei como tendo recebido pagamentos de propina.
Spagnuolo foi posteriormente demitido pelo presidente. Autoridades do governo não confirmaram a autenticidade do áudio, e o chefe de gabinete, Guillermo Francos, afirmou que, segundo Milei, Spagnuolo nunca mencionou o suposto suborno.
Na sexta-feira (22), várias propriedades, incluindo a residência de Spagnuolo, foram alvos de mandatos de busca e apreensão como parte de uma investigação do governo.
As consequências do escândalo repercutiram nos mercados financeiros, com os títulos internacionais e ações caindo.
O escândalo acontece semanas antes de uma importante eleição local na província de Buenos Aires e de eleições nacionais de meio de mandato em outubro, onde o partido de Milei espera aumentar sua presença no Congresso controlado pela oposição.