Ministros da União Europeia adotarão terceira rodada de sanções à Rússia, diz Borrell
Medidas, que serão anunciadas ainda neste domingo (27), incluirão a exclusão de alguns bancos russos do sistema global de pagamentos Swift
Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia adotarão uma terceira rodada de sanções à Rússia em uma reunião virtual ainda neste domingo (27), disse o diplomata-chefe da UE, Josep Borrell.
As medidas incluirão a exclusão de alguns bancos russos do sistema global de pagamentos Swift, disse ele no Twitter.
Segundo Borrell, a possibilidade de uso do Fundo Europeu para a Paz para financiar o fornecimento de “material letal ao exército ucraniano” e maneiras de facilitar a coordenação dos Estados-Membros serão analisadas neste domingo.
Mais cedo, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou ao parlamento alemão, que destinará mais de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para defesa do país.
Ao todo, o governo fornecerá 100 bilhões de euros para investimentos militares do orçamento de 2022. O PIB da Alemanha encolheu 0,3% no quarto trimestre ante o terceiro trimestre de 2021, segundo dados finais divulgados na sexta-feira (25) pela Destatis, a agência alemã de estatísticas.
“Não poderia haver outra resposta para a agressão de Putin“, disse Scholz aos legisladores.
Entenda o conflito
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer desta quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.
Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.
De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.
Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.
Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.
A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país. Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.
A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.
(Com informações de Sarah Marsh e Madeline Chambers, da Reuters, e de Eliza Mackintosh, da CNN)