Netanyahu ameaça novos ataques contra o Hamas "onde quer que eles estejam"

Declaração foi feita durante coletiva de imprensa com o secretário de Estado americano, Marco Rubio; Israel atacou líderes do grupo palestino no Catar na semana passada

Simon Lewis e Steven Scheer, da Reuters
Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, dirige-se aos líderes mundiais durante Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em 22 de setembro de 2023 na cidade de Nova York
Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, dirige-se aos líderes mundiais durante Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em 22 de setembro de 2023 na cidade de Nova York  • Foto: Spencer Platt/Getty Images
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou nesta segunda-feira (15) que não descarta novos ataques contra líderes do Hamas “onde quer que eles estejam”.

Netanyahu fez o comentário durante uma entrevista coletiva com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que está visitando o país.

A declaração foi feita depois que Israel lançou um ataque contra líderes políticos do grupo palestino em Doha, capital do Catar, na semana passada.

A ação foi condenada por diversos países árabes como Egito, Kuwait, Iraque, Emirados Árabes Unidos e a Liga Árabe.

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas realizará um debate urgente em Genebra, na Suíça, na terça-feira (16) sobre o ataque israelense.

A ofensiva aérea de 9 de setembro, que, segundo o grupo, matou cinco de seus integrantes, mas não sua liderança, levou os Estados árabes do Golfo, aliados dos Estados Unidos, a se unirem.

A investida agravou as tensões nas relações entre os Emirados Árabes Unidos e Israel, que foram normalizadas em 2020.

O debate foi solicitado pelo Paquistão, em nome dos OCI (Estados-membros da Organização para a Cooperação Islâmica), e pelo Kuwait, em nome do Conselho de Cooperação do Golfo.

O pedido foi feito enquanto líderes de estados árabes e islâmicos se reuniam em Doha nesta segunda-feira (15), onde deveriam alertar que o ataque de Israel ao Catar e outros “atos hostis” ameaçam a coexistência e os esforços para normalizar os laços na região, segundo um rascunho de resolução do encontro.

A missão israelense em Genebra descreveu a decisão de realizar um debate urgente — o 10º do tipo desde a criação do Conselho em 2006 — como “absurda”.