No pós-guerra, Netanyahu vai ter “enormes dificuldades” de manter cargo, diz professor

À CNN Rádio, Kai Enno Lehmann não vê cenário possível para Benjamin Netanyahu seguir como primeiro-ministro de Israel quando o conflito com o Hamas se encerrar

Amanda Garcia, da CNN
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante reunião semanal de seu gabinete em Jerusalém  • 27/09/2023 ABIR SULTAN/Pool via REUTERS
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, terá “enormes dificuldades de se manter no cargo num cenário pós-guerra” contra o Hamas.

Esta é a avaliação do professor de relações internacionais da USP Kai Eno Lehmann.

À CNN Rádio, ele lembrou que o grande ponto do discurso político de Netanyahu era o de que a população não precisava gostar dele, mas que a segurança estava garantida no país.

“Nesse sentido, Netanyahu fracassou enormemente, pois permitiu que o ataque do Hamas acontecesse, um massacre que tudo indica que foi planejado por um longo período”, disse.

No entanto, o especialista ressaltou que, enquanto a guerra acontecer, o governo será mantido: “Quando uma certa normalidade voltar, imagino que ele vá sofrer enorme pressão para renunciar.”

Segundo Kai Eno, há a percepção entre os israelenses de que o primeiro-ministro estava focado na reforma do Judiciário do país e nos protestos contrários a ela.

“Simplesmente não prestou a atenção no que estava acontecendo na Faixa de Gaza”, completou.

Veja mais: Repórter da CNN Internacional mostra cidade alvo do Hamas em Israel

Mesmo assim, o professor acredita que há muitas incertezas neste momento sobre como a guerra vai evoluir.

“Não sabemos quanto tempo o conflito militar vai durar e qual será a extensão regional dele, com a possibilidade de que outros atores se envolvam”, afirmou.

Por esse motivo, de acordo com Kai Eno, “é difícil fazer uma previsão exata” sobre prazos.

*Com produção de Isabel Campos