Oposição na Índia se une após prisão de líder e culpa Narendra Modi

O governo de Modi nega interferência política e diz que as instituições de aplicação da lei estão fazendo seu trabalho

Rupam Jain, Shivangi Acharya, da Reuters, Nova Délhi
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Partidos de oposição na Índia se uniram neste domingo (31) para protestar contra a prisão de um proeminente líder opositor semanas antes das eleições nacionais, acusando o primeiro-ministro Narendra Modi e seu partido de fraudar a votação e de promover assédio aos adversários políticos com grandes exigências fiscais.

"Narendra Modi está tentando manipular os resultados desta eleição", disse o líder do partido do Congresso Nacional Indiano, Rahul Gandhi, em um comício em Nova Délhi enquanto a multidão gritava "Vergonha!"

O ministro-chefe de Nova Délhi, Arvind Kejriwal, um ferrenho crítico de Modi e líder do bloco de oposição "ÍNDIA", que tem 27 membros, foi preso no último dia 21 de março por suposta corrupção na concessão de licenças de bebidas alcoólicas, a menos de um mês do início das eleições gerais que podem consolidar o status de Modi com um raro terceiro mandato.

O Partido Aam Aadmi, de Kejriwal, afirma que a acusação foi fabricada e tem motivação política.

O governo de Modi e o seu Partido Bharatiya Janata negam interferência política e dizem que as instituições de aplicação da lei estão fazendo seu trabalho.

“Se o Partido Bharatiya Janata vencer estas eleições manipuladas e mudar a Constituição, isso incendiará o país”, disse Gandhi, cujo partido governou a Índia durante mais de dois terços do tempo desde a independência em 1947, mas tem tido dificuldades desde que Modi chegou ao poder há uma década.

“Esta não é uma eleição comum. Esta eleição é para salvar o país, proteger a nossa constituição.”

Ao lado de Gandhi, estiveram no palco do Ramlila Maidan, popular local de comícios na capital, diversos líderes de oposição e chefes de partidos regionais, que superaram as diferenças sobre qual partido disputará quais assentos.

Modi disse que a sua luta contra a corrupção abalou a oposição e que esta eleição é uma luta entre o seu partido e os seus aliados que querem remover os corruptos, em comparação com a oposição que quer protegê-los.