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    Países vizinhos de Mianmar realizaram conversas secretas para conter crise

    Representantes de Índia e China também estiveram no encontro que visa retomar um acordo de paz entre a junta militar que governa o país e o gabinete da ex-presidente deposta, Aung San Suu Kyi 

    Devjyot Ghoshalda Reuters , Bangcoc, Tailândia

    Representantes do governo e de institutos de Mianmar e seus vizinhos, incluindo Índia e China, conversaram em Nova Délhi na terça-feira (25) como parte de um esforço secreto para conter uma crise sangrenta no regime militar da nação do Sudeste Asiático, disseram duas fontes.

    Mianmar mergulhou em conflito e caos econômico em 2021, depois que seus militares derrubaram o governo civil eleito da ganhadora do Prêmio Nobel Aung San Suu Kyi, desencadeando uma resistência armada que tentou esmagar violentamente.

    As conversas desta semana foram as segundas de um diálogo que começou na Tailândia no mês passado e ocorreram num momento em que cresce a frustração dentro do bloco da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) com o fracasso dos militares em implementar um plano de paz acordado em abril de 2021.

    As fontes, que pediram anonimato e se recusaram a identificar os representantes porque o processo é confidencial, disseram que Mianmar, Índia, China, Tailândia, Camboja e Laos estiveram presentes na reunião de terça-feira, assim como a Indonésia, atual presidente da Asean.

    Uma das fontes afirmou que os participantes estão interessados em trazer para o processo o governo paralelo de Unidade Nacional (NUG, na sigla em inglês) de Mianmar, uma organização afiliada à resistência e declarada “terrorista” pela junta.

    “Eles querem falar oficialmente com o NUG em algum momento, porque o NUG e o Exército de Mianmar não falaram oficialmente”, disse a fonte, que foi informada sobre a reunião. “Estas são as esperanças que os participantes têm.”

    Os ministérios das Relações Exteriores da Índia e da Tailândia e a embaixada chinesa em Nova Délhi não responderam imediatamente às perguntas da reportagem, enquanto um porta-voz da junta de Mianmar não pôde ser contatado. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Indonésia disse que não estava ciente da reunião.

    (Colaboração de Devjyot Ghoshal; reportagem adicional de Panu Wongcha-um em Bangcoc, Stanley Widianto em Jacarta e Tanvi Mehta em Nova Délhi)

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