Pandemia muda homenagens às vítimas do Holocausto, que completa 76 anos
Velas com os nomes de vítimas do nazismo vão ser acesas para lembrar os 6 milhões de judeus assassinados
As homenagens às vítimas e sobrevivementes do Holocausto, que completa 76 anos nesta quarta-feira (27), serão online por conta da pandemia do coronavírus. Velas com os nomes de vítimas do nazismo vão ser acesas para lembrar os 6 milhões de judeus assassinados.
“Cada embaixada, cada escola, cada lugar onde tem judeus, recebe essas velas para ligar uma vela na memória dessas pessoas. Falar 6 milhões… 6 milhões é um número que não significa nada. Mas atrás desses 6 milhões tem um nome”, disse o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, à CNN.
Durante a Segunda Guerra, o partido nazista arquitetou um plano de extermínio em massa batizado pelos líderes do regime como “solução final”: todos os judeus que fossem aptos ao trabalho deveriam ser escravizados até a morte. Já os não aptos, como crianças, idosos e deficientes, deveriam ser executados assim que chegassem aos campos de concentração.
Em 27 de janeiro de 1945, o exército soviético libertou os prisioneiros do maior de todos os campos de concentração e extermínio do mundo, em Auschwitz, na Polônia ocupada pela Alemanha. O local é um dos símbolos do Holocausto e foi palco das maiores atrocidades cometidas pelos nazistas contra o povo judeu. Em todo o mundo, 27 de janeiro tornou-se dia de relembrar os anos de horror do Holocausto.
“As pessoas morriam de fome, de doenças. As crianças foram as primeiras a entrar nas câmaras de gás. Foi uma desumanização”, recorda a historiadora e coordenadora educacional do Memorial do Holocausto, Sarita Mucinic Sarue. “Quando eu volto àqueles tempos tenebrosos, meu sangue ferve, meu cabelo fica arrepiado. Eu consegui superar os traumas de guerra aqui no Brasil”, confessa o sobrevivente Joshua Strul.
George Legmann foi uma das sete crianças que nasceram no campo de extermínio alemão de Dachau e receberam autorização para permanecerem vivas. Ele é o sobrevivente mais jovem do Holocausto que vive no Brasil. “Todo mundo tem que ajudar todo mundo, e todo mundo tem que aceitar o outro. Aceitando o outro, você constrói pontes; não aceitando, só constrói desavença”, avalia.
(Publicado por: André Rigue)