Por que Trump taxou o Brasil em 50%? Analistas explicam crise

Medida anunciada pelo presidente dos EUA é vista como retaliação política e gera preocupação sobre impactos econômicos e diplomáticos entre os dois países

Da CNN Brasil
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a mais alta entre os países afetados pelas chamadas "tarifas recíprocas".

A medida, que entrará em vigor em 1º de agosto, gerou repercussão imediata tanto nos EUA quanto no Brasil.

Trump justificou a decisão citando que "ordens de censuras secretas e injustas para plataformas de mídia social dos EUA" e mencionou o que chamou de "caça às bruxas" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A justificativa foi vista por analistas como uma clara interferência na política interna brasileira. O presidente Lula reagiu prontamente, afirmando que usará a lei de reciprocidade, aprovada em abril, que permite ao Brasil retaliar com tarifas caso Trump não recue.

Lula também contestou os dados apresentados por Trump sobre o déficit comercial entre os países, afirmando que há, na verdade, um superávit para os EUA de 410 bilhões de dólares nos últimos 15 anos.

 

Impactos econômicos e diplomáticos

Economistas e diplomatas alertam para os riscos de uma escalada no conflito comercial.

Os Estados Unidos são o 2º maior parceiro comercial do Brasil, que tende a sofrer mais com a situação. Há preocupações sobre a capacidade de alguns setores, especialmente os de produtos de alto valor agregado, encontrarem novos mercados.

O Nobel de Economia Paul Krugman, em entrevista exclusiva à CNN, classificou a medida do líder americano como "um ataque frontal à democracia no Brasil".

Krugman argumentou que a decisão não tem fundamento econômico e é puramente política, visando proteger um grupo alinhado a Trump no Brasil.

O Nobel aconselhou o Brasil a reagir com tarifas recíprocas, argumentando que o país não é pequeno e tem condições de enfrentar os EUA. Ele também alertou que tentativas de negociação com Trump tendem a ser infrutíferas, pois o presidente americano vê concessões como sinal de fraqueza.

A situação coloca o Brasil em uma posição delicada, tendo que equilibrar a defesa de sua soberania e instituições democráticas com a necessidade de proteger suas relações comerciais com uma das maiores economias do mundo.

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