Presidente de ONG é presa na Venezuela; MP alega conspiração para atacar Maduro
Promotores fizeram acusações em janeiro, mas sem apresentar provas que mostrem ter havido um complô contra o presidente venezuelano
O Ministério Público (MP) da Venezuela confirmou, neste domingo (11), a prisão de Rocío del Carmen San Miguel Sosa “em virtude de um mandado de detenção contra ela por alegadamente estar ligada e referenciada na conspiração e tentativa de homicídio denominada ‘Pulseira Branca’, cujo objetivo era atacar a vida do Chefe de Estado Nicolás Maduro e de outros altos funcionários; bem como o ataque a várias unidades militares em San Cristóbal (Táchira) e outras entidades do país”, escreveu o promotor Tarek William Saab no X (antigo Twitter).
Saab disse que as investigações continuam seu curso, coletando evidências de pessoas relacionadas aos acontecimentos. Em janeiro, a CNN publicou que o MP não havia apresentado provas do complô.
Uma fonte com conhecimento do caso confirmou à CNN que a presidente da Organização Não Governamental Controle Cidadão, Rocío San Miguel, foi presa na sexta-feira (9) pelas autoridades venezuelanas por sua suposta ligação com o caso “Pulseira Branca”, um das cinco conspirações sob investigação atual.
Segundo esta versão, ela foi detida após ter sido mencionada por um dos identificados na mais recente conspiração e alegada tentativa de homicídio que a Procuradoria-Geral da República investiga.
A CNN contatou a Procuradoria-Geral da República para saber a sua versão sem ter recebido resposta até ao momento. Também não obtivemos comentários de sua equipe de defesa ou de seus advogados.
O Ministério Público informou, no dia 22 de janeiro, que foram emitidos mandados de prisão contra jornalistas e advogados defensores dos direitos humanos e que ainda estão em curso investigações destinadas a recolher elementos de condenação que permitam a identificação e detenção de outras pessoas ligadas a estes acontecimentos relativamente aos crimes. que ainda não apresentaram provas.
O Procurador-Geral da Venezuela, Tarek William Saab, informou no dia 26 de janeiro, numa conferência de imprensa, que havia 12 pessoas detidas no caso “Pulseira Branca” e que tinham sido emitidos 17 mandados de detenção.
San Miguel, da Presidência da ONG Controle Cidadão, analisou questões relacionadas com a segurança e defesa da nação, bem como o funcionamento das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas como a sua estrutura, funcionamento, equipamento e orçamento, entre outros. Além disso, teve voz publicamente crítica em relação ao referendo consultivo organizado pelo governo venezuelano sobre Essequibo em 3 de dezembro, especificamente sobre as três últimas questões.