Primeiras ações são movidas contra o McDonald’s após surto de bactéria nos EUA
Infecções por E. coli ligadas ao sanduíche Quarterão deixaram várias pessoas doentes e um morto
Um homem nos Estados Unidos abriu o primeiro processo contra o McDonald’s relacionado ao surto de E. coli ligado ao hambúrguer Quarterão, que, até o momento, deixou ao menos 49 pessoas doentes em 10 estados e causou uma morte.
A ação foi movida um dia depois que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA emitiram um alerta de segurança alimentar, destacando que dezenas de pessoas relataram ter comido o sanduíche Quarterão no McDonald’s antes de ficarem doentes.
Eric Stelly comeu em um restaurante da rede em Greeley, no Colorado, há três semanas e começou a sentir diversos sintomas gastrointestinais, incluindo náuseas, cólicas e sangue nas fezes, de acordo com um comunicado divulgado pelo advogado Ron Simon à imprensa.
Ele pontuou que esses seriam “sintomas mais comuns” da bactéria E. coli
Depois de alguns dias de dores contínuas, ele foi ao pronto-socorro de um hospital local e testou positivo para E. coli.
Stelly ainda está se recuperando da doença.
O processo, que teve uma cópia publicada online pela Bloomberg Law, acusa o McDonald’s de responsabilidade pelo produto, negligência e violação de garantias implícitas.
A ação foi apresentada na quarta-feira (23) em um tribunal do condado de Cook, em Illinois, onde o McDonald’s, com sede em Chicago, está sediado.
Nesta quinta-feira (24), uma segunda ação foi movida pelo mesmo advogado em nome de Clarissa DeBock, uma moradora de Nebraska que comeu em um McDonald’s em setembro e depois foi diagnosticada com E. coli, de acordo com a denúncia. Ela ainda está se recuperando dos sintomas.
Simon também representa pelo menos 10 outras “vítimas do surto”, além de Stelly.
“O surto de E. coli no McDonald’s será um dos surtos de intoxicação alimentar mais significativos deste ano”, apontou.
“Através deste processo e de outros, garantiremos que todas as vítimas sejam totalmente compensadas pelas suas perdas, que as suas vozes sejam escutadas e que o McDonald’s e os seus fornecedores corrijam permanentemente as violações de saúde que causaram a contaminação dos alimentos com E. coli”, adicionou.
Não houve confirmação de que um ingrediente específico seja a origem do surto, mas a Food and Drug Administration (FDA), uma agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, disse que cebolas cortadas ou os hambúrgueres de carne dos sanduíches são a provável fonte de contaminação.
O McDonald’s não respondeu ao pedido da CNN para comentar o processo.
Presidente do McDonald’s diz que lanches são seguros
Na quarta, o presidente do McDonald’s nos EUA, Joe Erlinger, disse no programa “Today”, da NBC, que é seguro comer na rede e que os ingredientes afetados provavelmente estão fora da cadeia de abastecimento dos restaurantes.
“Estamos muito confiantes de que você pode ir ao McDonald’s e saborear nossos clássicos” sem ficar doente, declarou.
“Servir os clientes com segurança em todos os restaurantes, todos os dias, é a nossa principal prioridade”, destacou o McDonald’s em comunicado na terça-feira (22).
Problemas do Quarterão
O McDonald’s retirou o Quarterão do cardápio em cerca de um quinto de suas lojas nos Estados Unidos.
A empresa parou de usar cebolas e hambúrgueres de carne bovina em vários estados, incluindo Colorado, Kansas, Utah e Wyoming, bem como partes de Idaho, Iowa, Missouri, Montana, Nebraska, Nevada, Novo México e Oklahoma.
A investigação continua, de acordo com o CDC.
Os hambúrgueres de carne bovina são usados apenas para o Quarterão, e as cebolas em fatias são usadas principalmente para o Quarterão e não para outros itens, conforme o CDC.
Cebolas em cubos e outros tipos de hambúrgueres usados no McDonald’s não foram afetados neste surto, afirma a FDA.
O fornecedor do McDonald’s, Taylor Farms Colorado, declarou que está trabalhando em estreita colaboração com a FDA e o CDC.
Um porta-voz da Taylor Farms disse não ter encontrado vestígios de E. coli em testes de cebolas cruas ou preparadas.
“Nunca vimos E. coliO157:H7 associada a cebolas no passado”, complementa o comunicado.
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