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    Primeiro-ministro da França perde voto de desconfiança e deve renunciar

    Esta é a primeira vez que um governo francês é derrubado por um voto de desconfiança desde 1962

    Da CNN

    O Parlamento da França votou para derrubar o governo do primeiro-ministro Michel Barnier com uma moção de desconfiança nesta quarta-feira (4). A medida foi aprovada por 331 votos — de um total de 577 parlamentares.

    Barnier, que estava no poder desde setembro, se tornou o primeiro-ministro com o mandato mais curto da história do país. Nenhum governo era deposto em um voto de desconfiança na França desde 1962.

    Assim, o país luta contra uma crise política cada vez mais profunda e déficit orçamentário.

    Espera-se que o gabinete sirva de maneira interina até que o presidente francês, Emmanuel Macron, nomeie uma nova liderança.

    Ao se defender na Assembleia Nacional nesta quarta, Barnier afirmou aos parlamentares que “não estava com medo”, mas alertou que tirá-lo do poder tornaria “tudo mais difícil”.

    União de esquerda e direita

    A votação desta terça uniu partidos de esquerda e de direita.

    Marine Le Pen, líder do Reunião Nacional, de direita, disse durante o debate antes da votação que a “obstinada adesão de Barnier ao dogma e à doutrina o impedia de fazer a menor concessão, o que teria evitado esse resultado”.

    Ela tem sido a principal antagonista durante a era Macron, desafiando o presidente em duas eleições e agora ajudando a derrubar o primeiro-ministro que ele escolheu.

    “Cabe à sua consciência dizer se ele pode sacrificar o bem-estar público e o futuro da França ao seu ego”, pontuou Le Pen sobre Macron durante o debate.

    Entenda a crise

    Na segunda-feira (2), o premiê tentou forçar a aprovação de parte do Orçamento do governo para 2025.

    O projeto inclui medidas para preencher o grande buraco nas finanças públicas da França e alinhar o déficit de volta às regras da União Europeia até o final da década.

    A proposta de lei de financiamento inclui 60 bilhões de euros em aumentos de impostos e cortes de gastos visando reduzir o déficit para 5% no próximo ano, conforme os cálculos do governo.

    Algumas das medidas são extremamente impopulares entre os partidos de oposição, como atrasar os aumentos de pensão correspondentes à inflação.

    Barnier tentou aprovar o Orçamento usando um mecanismo constitucional controverso que contornou uma votação na legislatura.

    No entanto, essa manobra deu aos parlamentares a oportunidade de apresentar moções de desconfiança contra ele.

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