Professor: Ação militar dos EUA é insuficiente para ocupação da Venezuela
Vitélio Brustolin avaliou, no CNN 360°, que retirar Maduro do poder não é o único problema, já que o governo é sustentado por uma coalizão
A mobilização militar dos Estados Unidos para combater o narcotráfico no Caribe é expressiva, mas insuficiente para uma ocupação em larga escala da Venezuela, segundo avaliação de Vitélio Brustolin, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense e pesquisador de Harvard, no CNN 360º.
Segundo o especialista, os EUA mantêm atualmente cerca de 13 mil soldados, marinheiros e fuzileiros no Caribe, o que representa aproximadamente 20% da marinha americana. "É uma operação grande demais para combater o tráfico de droga, mas não o suficiente".
Brustolin explica que "retirar Maduro do poder" não é o único problema, já que o governo venezuelano é sustentado por uma coalizão que inclui mais de 2 mil generais promovidos pelo ditador, muitos dos quais controlam diversos setores econômicos do país.
"Há generais na Venezuela que controlam emissoras de TV, minas de ouro, e alguns estão envolvidos com narcotráfico, segundo relatórios de inteligência", destaca o professor.
Quanto ao papel do Brasil, o especialista ressalta a complexidade da situação para o país, que compartilha 2.200 quilômetros de fronteira seca com a Venezuela e já abriga cerca de 630 mil refugiados venezuelanos. "Se ocorrer uma guerra na Venezuela, isso seria muito ruim para todos os países da América Latina".


