Professor analisa papel de María Corina como oposição a Maduro na Venezuela

A ganhadora do Nobel da Paz em 2025 argumenta que o território venezuelano já está invadido por grupos armados e pede ação militar americana

Da CNN Brasil
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A líder opositora venezuelana María Corina Machado defende uma intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela, argumentando que o país já se encontra sob invasão de diversos grupos armados, explicou o professor Ricardo Salvador de Toma, Doutor em Estudos Estratégicos. A posição gera debates sobre a legitimidade dessa estratégia e suas possíveis consequências para o país.

Machado fundamenta sua posição citando a presença de grupos dissidentes das FARC, do Exército de Liberação Nacional (ELN) da Colômbia e de organizações criminosas como o Trem de Aragua no território venezuelano. Além disso, menciona a atuação de agentes cubanos do G2 como evidência de violação à soberania nacional.

Divergências na oposição

Existe uma divisão clara entre os grupos opositores venezuelanos. Uma ala considerada mais moderada, que participou de negociações no Catar em agosto, propõe medidas menos drásticas, como uma transição política através de uma presidência interina, o levantamento de sanções econômicas e a suspensão de operações militares.

Segundo o professor Ricardo, o paradoxo da situação se evidencia no contraste entre o apelo aos direitos humanos e a defesa do uso da força militar externa. Essa dualidade levanta questionamentos sobre o respaldo popular a tal estratégia e suas implicações para o futuro político da Venezuela.

A posição de Machado se fortaleceu após um processo eleitoral contestado, no qual seus direitos políticos foram cassados e a candidata por ela apoiada, Corina Yoris, teve sua inscrição negada. O processo eleitoral foi marcado por acusações de fraude e falta de transparência na divulgação dos resultados.