Rússia acusa Otan e União Europeia de declararem "guerra real" ao país

Em reunião com ministros, Sergey Lavrov culpou nações do Ocidente pela crise na Ucrânia

Da Reuters
Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov
Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov  • 12/04/2025REUTERS/Kaan Soyturk
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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, acusou a Otan e a União Europeia de usar a Ucrânia para travar uma guerra contra Moscou em um discurso à margem da Assembleia das Nações Unidas nesta quinta-feira (25).

"Outro exemplo claro é a crise na Ucrânia provocada pelo Ocidente, por meio da qual a Otan e a UE já declararam uma guerra real ao meu país e estão diretamente envolvidas nela", disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia.

Lavrov discursou em uma reunião de ministros das Relações Exteriores do G20 na ONU dois dias depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, dizer que acreditava que Kiev poderia retomar todo o território russo.

Lavrov já fez comentários semelhantes no passado, mas seu eco dentro das paredes do prédio das Nações Unidas — proferido diante de outros ministros das Relações Exteriores do G20 — ressaltou a gravidade do momento.

 

O ministro não fez referência aos comentários de Trump no início desta semana, repetindo, em vez disso, a posição da Rússia de que foram as ações do Ocidente que provocaram a guerra na Ucrânia, que começou quando as forças de Moscou lançaram uma invasão em larga escala em fevereiro de 2022.

A secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Yvette Cooper, chamou Lavrov quando ele se preparava para sair, e condenou a "guerra de agressão não provocada" da Rússia.

"Nenhuma quantidade de distorções, desinformação e propaganda falsas do mundo fantasioso do representante russo sobre as causas da guerra convencerá ninguém", disse Cooper.

Posteriormente, o Reino Unido caracterizou a fala como "falsas distorções do mundo da fantasia".

As forças russas ocupam cerca de 20% da Ucrânia e os combates continuam no leste do país há mais de três anos e meio.

A chefe de política externa da Europa, Kaja Kallas, pediu às potências mundiais que exerçam pressão internacional sobre a Rússia.

"Não há sinais de que o objetivo da Rússia de subjugar a Ucrânia tenha mudado", disse Kallas.