Rússia diz monitorar fornecimento de mísseis Tomahawk dos EUA para Ucrânia
Porta-voz do Kremlin afirmou que era importante entender se Washington ou Kiev forneceriam dados de direcionamento para disparo das armas

O governo da Rússia informou nesta segunda-feira (29) que especialistas militares russos monitoravam o possível fornecimento de mísseis Tomahawk de longo alcance dos Estados Unidos para a Ucrânia, mas que não mudariam a situação no campo de batalha.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, falou que era importante entender se os EUA ou Kiev forneceriam os dados de direcionamento para o disparo desses mísseis.
JD Vance, vice-presidente dos EUA, disse no domingo (28) que Washington estava considerando um pedido ucraniano para obter Tomahawks, que têm um alcance de 2.500 km — distância suficiente para atingir Moscou se disparados da Ucrânia.
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou anteriormente que os países ocidentais se tornarão partes diretas da guerra se fornecerem alvos e informações de inteligência que permitam à Ucrânia disparar mísseis em áreas profundas da Rússia.
Questionado sobre os comentários de Vance, Peskov, afirmou que Moscou os estava analisando cuidadosamente.
“A questão, como antes, é esta: quem pode lançar esses mísseis...? Somente os ucranianos podem lançá-los, ou os soldados americanos precisam fazer isso?”, falou ele.
“Quem está determinando o alvo desses mísseis? O lado americano ou os próprios ucranianos?” Peskov acrescentou que “uma análise muito aprofundada” era necessária.
De qualquer forma, segundo ele, os Tomahawks não mudariam o jogo.
“Mesmo que isso aconteça, não há panaceia que possa mudar a situação na frente de batalha para o regime de Kiev neste momento. Não há arma mágica. E sejam Tomahawks ou outros mísseis, eles não serão capazes de mudar a dinâmica”, declarou Peskov.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu aos Estados Unidos que vendam Tomahawks para países europeus que os enviariam para a Ucrânia.
Vance falou no “Fox News Sunday” que o presidente Donald Trump tomaria a decisão final sobre a autorização do acordo.
Keith Kellogg, enviado especial dos EUA para a Ucrânia, afirmou que Trump indicou que Kiev agora deve ser capaz de realizar ataques de longo alcance contra a Rússia.
“Acho que, lendo o que ele (Trump) disse e o que o vice-presidente Vance disse... a resposta é sim. Use a capacidade de atingir profundamente. Não existem santuários”, expressou Kellogg à Fox News mais tarde no domingo (28).