Serviço Secreto dos EUA conclui investigação sobre cocaína encontrada na Casa Branca sem identificar suspeito
Funcionários do Serviço Secreto vasculharam os "sistemas de segurança" e classificaram "centenas de indivíduos" que entraram na Ala Oeste nos dias que antecederam a descoberta, mas não conseguiram identificar um suspeito
O Serviço Secreto dos Estados Unidos concluiu uma investigação sobre um pequeno saco de cocaína encontrado na Casa Branca sem conseguir identificar nenhum suspeito, de acordo com um comunicado da agência federal.
Funcionários do Serviço Secreto vasculharam os “sistemas de segurança” e classificaram “centenas de indivíduos” que entraram na Ala Oeste nos dias que antecederam a descoberta, mas não conseguiram identificar um suspeito. O Serviço Secreto afirmou que os resultados laboratoriais do FBI relativos à embalagem revelaram “DNA insuficiente” e não foi possível recuperar nenhuma impressão digital.
“Portanto, o Serviço Secreto não pode comparar as provas com o conjunto de indivíduos conhecidos”, de acordo com o comunicado.
Os investigadores também não conseguiram identificar o momento ou o dia em que o saquinho foi deixado no cubículo da Ala Oeste, perto da entrada do piso inferior, onde foi descoberto.
“Não foram encontradas imagens das câmeras de segurança que fornecessem pistas ou quaisquer outros meios para que os investigadores identificassem quem poderia ter depositado a substância encontrada nessa área”, referiu a declaração da agência.
“Sem provas físicas, a investigação não poderá identificar uma pessoa de interesse entre os centenas de indivíduos que passaram pelo vestíbulo onde a cocaína foi descoberta. Neste momento, a investigação do Serviço Secreto está encerrada devido à falta de provas físicas”.
Uma fonte familiarizada com a investigação disse à CNN que a principal teoria continua sendo a de que a cocaína foi deixada por uma das centenas de pessoas que entraram na Ala Oeste naquele fim de semana para fazer visitas guiadas e tiveram de deixar seus telefones dentro desses cubículos.
Os cubículos onde o pequeno saco de cocaína foi encontrado são um ponto cego para as câmeras de segurança, de acordo com uma fonte familiarizada com a investigação. Embora haja vigilância ao redor do local onde o saquinho foi encontrado, as câmeras não estão diretamente apontadas para os cubículos da Ala Oeste perto da entrada do piso inferior, disse a fonte, o que dificulta a identificação de quem deixou o saquinho para trás.
Fomos informados pelo Serviço Secreto sobre o resultado da investigação e estamos analisando as informações”, disse em comunicado Olivia Dalton, secretária de imprensa adjunta da Casa Branca.
A CNN noticiou anteriormente que a cocaína foi encontrada em um cubículo perto da entrada do piso térreo da Ala Oeste, por onde passam as visitas guiadas da equipe da Casa Branca ao entrar no prédio.
Os visitantes que entram na Ala Oeste para passeios devem deixar seus telefones nesses cubículos, que também podem ser usados por funcionários que não podem levar seus celulares para uma sala de informações compartimentadas, onde são manuseados materiais confidenciais. Os cubículos estão localizados perto da Sala de Crise, que não está sendo usada há meses devido à reformas.
Na semana passada, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, mostrou-se confiante de que o Serviço Secreto iria “chegar ao fundo” do incidente.
A descoberta de uma substância em estado de pó pela equipe do Serviço Secreto que realizava rondas de rotina no prédio levou a uma breve evacuação, como parte do que a agência descreveu como “fechamento por precaução”.
O Serviço Secreto informou o Comitê de Supervisão e Responsabilidade da Câmara sobre o caso na manhã de quinta-feira (13). Ao sair da reunião, o deputado Tim Burchett, do Partido Republicano, disse à CNN que o caso era “a coisa mais ridícula que já vi na vida”. Ele afirmou que o saquinho continha menos de um grama de cocaína.
“Todos vocês já estiveram na Casa Branca. Você dá o seu número de Segurança Social, tenho certeza de que eles têm identificação facial e tudo o mais, então dizer que não sabem quem é, quer dizer, pra mim alguém deveria perder o emprego por causa disso, muita gente”, criticou.
“Alguém entra na Casa Branca, o prédio mais seguro dos Estados Unidos da América – na verdade, do mundo – e consegue colocar algo em um armário. E se fosse um agente biológico? E se fosse algo emergente que, sabe, amadurecesse em alguns dias e pudesse… São muitas perguntas”, acrescentou.
A deputada republicana Marjorie Taylor Greene disse a repórteres que o Serviço Secreto informou aos congressistas em seu briefing que havia reduzido a lista de suspeitos para 500 pessoas. Greene, que disse que parte da reunião era confidencial, afirmou ter perguntado ao Serviço Secreto se eles fariam testes de drogas nesses indivíduos, e a resposta foi negativa.
A lista inclui funcionários e outras pessoas que estavam em uma visita, de acordo com a deputada do Partido Republicano Lauren Boebert, mas o Serviço Secreto não forneceu detalhes.
Boebert disse que a cocaína foi encontrada no armário número 50 e que a chave desse armário desapareceu. Vários congressistas levantaram problemas sobre o sistema de armários e a necessidade de mais segurança.
A deputada republicana Nancy Mace disse que o Serviço Secreto teve de obter registros de visitantes e outras informações do governo Biden por meio da Lei de Registros Presidenciais, porque o armário onde a cocaína foi encontrada está sob a jurisdição do governo Biden.
Um porta-voz do Serviço Secreto disse na quinta-feira (13) que “pequenas quantidades de maconha” foram encontradas duas vezes na Casa Branca no ano passado. Naqueles casos também não foi efetuada nenhuma prisão.
“Ninguém foi preso nesses incidentes porque o peso da maconha confiscada não atingia o limite legal para acusações federais ou acusações criminais estaduais, uma vez que o Distrito de Columbia já havia descriminalizado a posse”, disse em comunicado Steven Kopek, porta-voz do Serviço Secreto. “A maconha foi recolhida por agentes e destruída”.