Trump diz priorizar crianças ucranianas sequestradas, mas corta recursos
Governo encerrou apoio à organização que monitora supostos crimes de guerra da Rússia, incluindo realocação forçada de menores de idade

Tanto o presidente dos EUA, Donald Trump, quanto a primeira-dama, Melania Trump, destacaram a importância da devolução das crianças ucranianas sequestradas pela Rússia durante a guerra em curso.
No entanto, o governo Trump cortou o financiamento de uma das principais organizações que rastreia evidências de crimes de guerra russos, incluindo a realocação forçada de dezenas de milhares de crianças ucranianas.
O Observatório do Conflito na Ucrânia era administrado pelo Humanitarian Research Lab da Universidade de Yale e foi criado com apoio do Departamento de Estado em 2022 para “captar, analisar e tornar amplamente disponíveis as evidências de crimes de guerra e outras atrocidades perpetradas pela Rússia na Ucrânia”.
O grupo produziu relatórios sobre uma série de supostos crimes de guerra russos, incluindo a extensão dos esforços de Moscou para realocar, reeducar e, às vezes, treinar militarmente ou entregar à adoção forçada crianças ucranianas.
O Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, pelo suposto crime de guerra de deportação forçada de crianças ucranianas.
Como a CNN informou em março, o governo encerrou o apoio financeiro ao Observatório do Conflito na Ucrânia. O financiamento foi temporariamente restaurado ainda naquele mês para permitir que o repositório de provas dos supostos crimes de guerra russos fosse enviado à Europol, a agência de aplicação da lei da União Europeia.
Em junho, um grupo de parlamentares pediu ao Departamento de Estado que liberasse aproximadamente US$ 8 milhões que a agência havia informado ao Congresso, no fim de 2024, que seriam usados para apoiar o trabalho do Observatório do Conflito na Ucrânia. Dois assessores do Congresso disseram nesta terça-feira que, até onde sabem, os recursos ainda não foram liberados.