Trump e Putin concordaram com "paz duradoura" na Ucrânia, diz Casa Branca

Presidentes dos dois países conversaram por telefone nesta terça-feira (18)

Gisela Lammers, da CNN, Victor Aguiar, colaboração para a CNN
Fachada da Casa Branca, em Washington, nos Estados Unidos.
Fachada da Casa Branca, em Washington, nos Estados Unidos.  • Suzy Brooks/Unsplash
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A Casa Branca informou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, conversaram nesta terça-feira (18) sobre a necessidade de paz e um cessar-fogo na guerra da Ucrânia, e acrescentou que eles também enfatizaram a necessidade de melhorar as relações bilaterais entre americanos e russos.

Segundo o comunicado do governo dos EUA, os dois líderes, que conversaram por telefone nesta terça (18), concordaram que o movimento pela paz começará com um cessar-fogo de energia e infraestrutura com duração de 30 dias, bem como negociações técnicas sobre a implementação de uma trégua no Mar Negro, com o objetivo de atingir a paz permanente.

"Hoje, o presidente Trump e o presidente Putin conversaram sobre a necessidade de paz e um cessar-fogo na guerra da Ucrânia. Ambos os líderes concordaram que este conflito precisa terminar com uma paz duradoura. Eles também enfatizaram a necessidade de melhorar as relações bilaterais entre os Estados Unidos e a Rússia", destacou a mensagem.

"Os líderes falaram amplamente sobre o Oriente Médio como uma região de potencial cooperação para evitar conflitos futuros. Eles discutiram ainda a necessidade de interromper a proliferação de armas estratégicas e se envolverão com outros para garantir a aplicação mais ampla possível. Os dois líderes compartilharam a visão de que o Irã nunca deveria estar em posição de destruir Israel", acrescentou a Casa Branca.

O governo dos EUA declarou, por fim, que a relação entre a Rússia e os EUA pode ser melhorada e inclui acordos econômicos e estabilidade geopolítica quando a paz for alcançada.

Entenda a Guerra entre Rússia e Ucrânia

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin. Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.

Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.

As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.

O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.

A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.

O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente - e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.