Trump não diz se apoia ou se opõe à possível tomada de Gaza por Israel

Presidente dos EUA afirmou que caso dependeria de Israel e evitou comentar assunto

Da Reuters
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não quis dizer se apoia ou se opõe a uma possível tomada militar da Faixa de Gaza por Israel, ao ser questionado sobre o assunto nesta terça-feira (5).

Em vez disso, afirmou que o foco do governo americano é aumentar o acesso a alimentos no território palestino.

"Sei que estamos lá agora tentando alimentar as pessoas. Quanto ao resto, realmente não posso dizer. Isso vai depender muito de Israel", comentou a repórteres.

Trump disse ainda que Israel e os países árabes ajudariam na distribuição de alimentos e ajuda humanitária em Gaza e forneceriam assistência financeira. Ele não entrou em detalhes.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reuniu com altos funcionários do setor de segurança nesta terça, em meio a relatos da imprensa de que ele é a favor de uma tomada militar completa de Gaza.

Entenda o conflito na Faixa de Gaza

Israel realiza intensos ataques na Faixa de Gaza desde outubro de 2023, após o Hamas ter lançado um ataque terrorista contra o país.

Entre 7 de outubro de 2023 e 13 de julho de 2025, o Ministério da Saúde de Gaza informou que pelo menos 58 mil palestinos foram mortos e mais de 138 mil ficaram feridos. Isso inclui mais de 7.200 mortos desde o fim do cessar-fogo em 18 de março deste ano.

O Ministério não distingue entre civis e combatentes do Hamas em sua contagem, mas afirma que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças. Israel afirma que pelo menos 20 mil são combatentes.

A ONU (Organização das Nações Unidas) informou em 11 de julho deste ano que 798 pessoas foram mortas tentando obter alimentos desde o final de maio, quando a GHF (Fundação Humanitária de Gaza), sediada nos EUA, começou a distribuir alimentos.

Dessas mortes, 615 foram registradas perto de locais da GHF e 183 nas rotas de comboios de ajuda humanitária, principalmente da ONU.

O Escritório Central de Estatísticas da Palestina disse em 10 de julho que a população de Gaza havia caído de 2.226.544 em 2023 para 2.129.724. Estima-se que cerca de 100 mil palestinos tenham deixado Gaza desde o início da guerra.

Entre 7 de outubro de 2023 e 13 de julho de 2025, segundo fontes oficiais israelenses, quase 1.650 israelenses e estrangeiros foram mortos em decorrência do conflito.

Isso inclui 1.200 mortos em 7 de outubro e 446 soldados mortos em Gaza ou ao longo da fronteira com Israel desde o início da operação terrestre em outubro de 2023. Destes, 37 soldados foram mortos e 197 feridos desde o recrudescimento das hostilidades em março.

Estima-se que 50 israelenses e estrangeiros permaneçam reféns em Gaza, incluindo 28 reféns que foram declarados mortos e cujos corpos estão sendo retidos.

Desde 18 de março deste ano, as Forças Armadas israelenses emitiram 54 ordens de deslocamento, abrangendo cerca de 81% da Faixa de Gaza.

O PMA (Programa Mundial de Alimentos) da ONU afirmou que isso significou que mais de 700 mil pessoas foram forçadas a se deslocar durante esse período.

Em 9 de julho, 86% da Faixa de Gaza estava dentro de zonas militarizadas israelenses ou sob ordens de deslocamento. Muitas pessoas buscaram refúgio em locais de deslocamento superlotados, abrigos improvisados, prédios e ruas danificados.