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    Trump sugere luz solar e injeção de desinfetante para tratar coronavírus

    Daniel Dale, Nathan McDermott, Marshall Cohen, Maegan Vazquez, Em Steck e Sam Fossum, , da CNN

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acrescentou novas alegações médicas duvidosas ou imprecisas relacionadas ao novo coronavírus em sua lista. Durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca nessa quinta-feira (23), ele sugeriu que a luz solar poderia ser utilizada para tratar pacientes com a doença, além de levantar a possibilidade de aplicações de desinfetante no corpo humano “por injeção ou como uma espécie de limpeza”.

    Depois que Bill Bryan, subsecretário interino de Ciência e Tecnologia do Departamento de Segurança Interna, explicou, durante a coletiva, que novos experimentos mostravam que o vírus tem pouca resistência à luz solar ou ao calor, Trump sugeriu que os norte-americanos infectados poderiam tratar a doença ao se exporem aos raios de sol em um dia quente.

    “Há um boato de que o sol e o calor afetam outros vírus”, disse o presidente, antes de pedir à coordenadora da força-tarefa de combate ao novo coronavírus nos EUA, Deborah Birx, para “falar com médicos e ver se há alguma maneira de utilizar luz solar e calor como cura”. 

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    Trump perguntou a Birx se ela já ouviu falar dos impactos do calor e da luz solar sobre os vírus. “Não como tratamento”, respondeu ela. Mais tarde, ele pediu que ela investigasse o potencial deles como cura para a doença.

    Depois que Bryan falou que experimentos mostravam que desinfetantes como alvejantes e álcool isopropílico matam rapidamente o vírus, Trump questionou o uso dessas substâncias para tratar a doença em humanos. 

    Os fatos

    Segundo especialistas, luz solar e desinfetantes não podem ser usados para tratar a COVID-19. Stephen Hahn, diretor da Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, em inglês), afirmou que “certamente não recomendaria injeção de desinfetante”.

    “Pouco do que o presidente disse com relação à desinfecção ou fototerapia faz sentido”, declarou Jonathan Reiner, cardiologista do Hospital Universitário George Washington. “Todos querem uma cura rápida. E o presidente claramente também quer, todos queremos. Não há uma cura rápida. Precisamos fazer isso do modo certo e temos que fazer com base na ciência.”

    Megan Ranney, médica do setor de emergência do Hospital Rhode Island, alertou para o surgimento de queimaduras, câncer de pele e outras consequências de se expor ao sol para tentar curar a doença.

    “Sair no sol ou se expor a lâmpadas de raios UV não protegerá contra a COVID-19”, disse Ranney. “Não quero que as pessoas pensem que isso é outra cura milagrosa.”

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) também alertou para os perigos da ação. “Exposição ao sol ou a temperaturas acima de 25ºC não protege contra o novo coronavírus”, disse em seu site oficial. “Você pode pegar COVID-19 independentemente do quão ensolarado ou quente esteja o dia.”

    Hidroxicloroquina 

    Trump também emitiu uma falsa alegação quando questionado por que parou de incentivar o uso de hidroxicloroquina como possível tratamento para os infectados, dizendo erroneamente que “não parou”. Trump afirmou que se referia a como “começamos com um teste quebrado”, sem dar mais explicações a respeito.

    Na verdade, ele parou de incentivar o uso de hidroxicloroquina depois que uma série de estudos feitos no Brasil, França e outros países apontaram que ela pode não ajudar no tratamento de pacientes com a doença, e pode até mesmo causar efeitos colaterais fatais.

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