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    Ucrânia precisa de um escudo aéreo completo para derrotar ataques da Rússia em Odessa, diz Zelensky

    A Ucrânia tenta repelir uma onda de ataques russos contra a cidade de Odessa na última semana – suas defesas aéreas parecem incapazes de lidar com alguns tipos de mísseis que Moscou usa para atingir a região

    Kostan NechyporenkoRadina Gigovada CNN

    O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reiterou seu pedido por mais sistemas de defesa aérea neste domingo (23), após outra noite de ataques da Rússia contra a cidade portuária de Odessa. Zelesnky disse que “um escudo aéreo completo” é “a única maneira de derrotar o terror dos mísseis russos”.

    “Já mostramos que podemos abater até os mísseis russos dos quais os terroristas se gabam. Graças à ajuda de nossos parceiros e aos sistemas de defesa aérea fornecidos à Ucrânia, nossos defensores do céu salvaram milhares de vidas”, disse o presidente em um post no Telegram. “Mas precisamos de mais sistemas de defesa aérea para todo o nosso território, para todas as nossas cidades e comunidades.”

    As defesas aéreas ucranianas interceptaram 9 dos 19 mísseis de vários tipos que a Rússia lançou contra Odessa durante a noite, disse o Ministério da Defesa ucraniano neste domingo. No entanto, certas armas estão se mostrando quase impossíveis de serem abatidas pelas defesas aéreas ucranianas.

    A Força Aérea de Kiev diz que a Rússia disparou cinco tipos diferentes de mísseis na cidade portuária durante a noite. As defesas aéreas derrubaram todos os quatro mísseis de cruzeiro Kalibr e todos os cinco mísseis de cruzeiro Iskander K.

    Bombeiros apagam incêndio em casa danificada após ataques em Odessa, Ucrânia, em 19 de julho de 2023 / State Emergency Service of Ukraine/ Pavlo Petrov/Handout/Anadolu Agency via Getty Images

    Por outro lado, as defesas da Ucrânia não conseguiram interceptar nenhum dos cinco mísseis de cruzeiro Oniks e dos três mísseis antinavio Kh-22 disparados contra a cidade, além de dois mísseis balísticos do tipo Iskander-M.

    Na semana passada, o porta-voz da Força Aérea ucraniana Yurii Ihnat explicou que a velocidade e a trajetória dos mísseis Oniks e Kh-22 os tornam muito difíceis de interceptar.

    O míssil Oniks, disse ele, “foi projetado para destruir embarcações, navios. Ele voa a uma velocidade de mais de 3.000 km/h, alta velocidade. Ao disparar no alvo, o míssil pode voar a uma altitude de 10 a 15 metros acima da água para destruir o navio, o que dificulta a detecção e, consequentemente, o abatimento pela defesa aérea”.

    Ataques a Odessa

    Os ataques à cidade de Odessa durante a noite de sábado (22) e madrugada de domingo (23), deixaram pelo menos uma pessoa morta e 19 feridos, além de danificar prédios residenciais e monumentos arquitetônicos.

    Uma catedral ortodoxa, conhecida como Catedral da Transfiguração ou Catedral Spaso-Preobrazhenskyi, foi atingida. É a maior igreja ortodoxa da cidade e foi consagrada em 1809. A estrutura já foi danificada anteriormente durante a era soviética em 1936, mas foi reconstruída quando a Ucrânia se tornou uma nação independente.

    Catedral da Transfiguração, em Odessa, danificada após bombardeio russo contra a Ucrânia, em 23 de julho de 2023.
    Catedral da Transfiguração, em Odessa, danificada após bombardeio russo contra a Ucrânia, em 23 de julho de 2023. / Serhii Smolientsev/Reuters

    A construção se encontra no centro histórico da cidade, patrimônio mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Por conta das ameaças representadas pela guerra, a UNESCO adicionou o local à sua lista protegida no início do ano.

    “Dezenas de carros foram danificados, fachadas e telhados de muitos prédios da cidade foram danificados e janelas estouradas”, afirmou o Comando Operacional do sul da Ucrânia em comunicado no Telegram.

    “Várias crateras se formaram na cidade. Há quedas de energia, o que pode atrapalhar o trânsito e a rota do transporte público pode ser alterada”, completou.

    Uma onda de ataques russos têm atingido a cidade portuária ucraniana ao longo da última semana. Até sexta-feira (21), os moradores suportaram pelo menos quatro noites de bombardeio.