Vídeo de show do Bruno Mars, paraquedistas egípcios: notícias falsas sobre a guerra de Israel circulam nas redes

Desinformação tem se espalhado rapidamente pelas redes sociais desde o ataque surpresa do grupo radical islâmico Hamas contra Israel no sábado (7), que gerou uma pesada contraofensiva israelense na Faixa de Gaza

Da CNN
Bombardeio de Israel em Gaza  • 09/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
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A desinformação e as notícias falsas tem se espalhado rapidamente pelas redes sociais desde o ataque surpresa do grupo radical islâmico Hamas contra Israel no sábado (7), que gerou uma pesada contraofensiva israelense na Faixa de Gaza.

No sexto dia de conflito, o número de mortos em Gaza está em 1.417, segundo informações do Ministério da Saúde palestino. Do outro lado da guerra, o número de mortos em Israel passa de 1.300, de acordo com as Forças de Defesa.

A Reuters verificou algumas das notícias falsas amplamente compartilhadas nas redes sociais em inglês, hebraico e árabe. Confira algumas das afirmações que foram desmentidas:

Vídeo antigo de show do Bruno Mars

Um festival de música eletrônica no qual havia milhares de pessoas no kibutz israelense de Reim, próximo à fronteira com Gaza, foi um dos primeiros alvos do Hamas no ataque.

Circulou nas redes sociais um vídeo de pessoas correndo como se estivessem fugindo dos ataques. No entanto, a imagem foi filmada três dias antes, durante um show do cantor norte-americano Bruno Mars, mostrando fãs correndo para o local do palco após a abertura dos portões, em Tel Aviv.

Paraquedistas falsos

Em 7 de outubro, no dia do ataque surpresa do Hamas, membros do grupo radical pousaram em Israel usando parapentes. No entanto, imagens não relacionadas ao conflito mostrando paraquedistas egípcios saltando sobre a Academia Militar Egípcia, no Cairo, viralizaram nas redes sociais como se fossem membros do Hamas.

“ASSISTA: Homens armados do Hamas podem ser vistos pousando de parapente no festival de música israelense para lançar o ataque mortal”, escreveu um usuário verificado no X, antigo Twitter, que compartilhou o vídeo.

Falsa ajuda de US$ 8 bilhões dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, realmente ofereceu a Israel "todos os meios de ajuda que forem necessários" e enviou munição e um porta-aviões para o país.

No entanto, Biden não autorizou US$ 8 bilhões em ajuda militar para Israel, como algumas postagens afirmaram. Os posts traziam uma imagem alterada de um memorando da Casa Branca de julho, no qual Biden aprovou US$ 400 milhões em ajuda à Ucrânia.

Vídeo falso de judeus ortodoxos fugindo

Outro vídeo divulgado nas redes sociais mostra um grupo de judeus ortodoxos fugindo enquanto as sirenes de ataque aéreo soavam em Jerusalém. No entanto, a filmagem não tem relação com os confrontos que se iniciaram na semana passada.

O vídeo foi postado na internet pelo menos quatro dias antes de 7 de outubro e o áudio da filmagem, em hebraico, diz que se tratam de judeus ortodoxos deixando o Muro das Lamentações após suas orações.

E a informação de bebês decapitados pelo Hamas?

As alegações de que crianças foram decapitadas no kibutz de Kfar Aza surgiram, na última terça-feira (10), na mídia israelense. Desde então, essa informação circulou nas redes sociais e inclusive em outros veículos de mídia.

O governo de Israel não confirmou a alegação específica de que os agressores do Hamas cortaram as cabeças de bebês durante o ataque surpresa de sábado (7), disse uma autoridade israelense à CNN, contradizendo uma declaração pública anterior do gabinete do primeiro-ministro.

O presidente dos EUA, Joe Biden, pareceu confirmar essa informação. Em uma mesa redonda com líderes da comunidade judaica na quarta-feira, ele disse: “Tenho feito isso há muito tempo, nunca pensei realmente que veria… fotos confirmadas de terroristas decapitando crianças.”

Um funcionário do governo dos EUA esclareceu posteriormente os comentários de Biden, dizendo à CNN que nem Biden, nem seus assessores viram fotos ou receberam relatos confirmados de crianças ou bebês decapitados pelo Hamas.

O responsável esclareceu que Biden se referia a comentários públicos de meios de comunicação e autoridades israelitas.

CNN também visitou os destroços e ruínas do kibutz devastado de Kfar Aza na terça-feira (10) e não viu nenhuma evidência de jovens decapitados. As autoridades israelenses também não divulgaram nenhuma fotografia do incidente.

Veja também: Tropas israelenses esperam aval para entrar na Faixa de Gaza

*Publicado por Fernanda Pinotti, com informações da Reuters e da CNN Internacional

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