Vigilância nuclear da ONU diz que é "essencial" retomar inspeções no Irã

Parlamento iraniano votou na quarta-feira (25) pela suspensão da cooperação do país com o órgão, medida ainda precisa de aprovação final

Martin Goillandeau e Lex Harvey, da CNN
Bandeira com logo da AIEA em Viena  • 10/7/2019 REUTERS/Lisi Niesner
Compartilhar matéria

O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, afirma não ter recebido nenhuma resposta do Irã sobre a retomada das inspeções em instalações nucleares.

“A presença da agência no Irã não é um gesto de generosidade, é uma responsabilidade internacional, porque o Irã é membro do Tratado de Não Proliferação Nuclear”, disse o diretor-geral da AIEA, à Rádio France Internationale nesta quinta-feira (26). “Como tal, deve haver um sistema de inspeção. É uma obrigação legal que não pode ser suspensa unilateralmente.”

Quando questionado se considerava possível a retomada das inspeções da AIEA nas instalações nucleares iranianas, Grossi disse ser “mais do que possível, é essencial”.

O parlamento iraniano votou na quarta-feira (25) pela suspensão da cooperação do país com o órgão de vigilância nuclear da ONU, informou a mídia estatal.

A decisão da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã, conhecida como Majles, precisará ser ratificada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional, presidido pelo presidente Masoud Pezeshkian.

O Irã é membro do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), um acordo criado para monitorar e prevenir a disseminação global de armas nucleares, bem como promover o uso pacífico da tecnologia nuclear.

Qualquer signatário do tratado que não possua armas nucleares está proibido de buscá-las.

Na quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, sugeriu que Teerã poderia reconsiderar sua adesão ao tratado após os ataques dos EUA e de Israel às suas instalações nucleares.

“O ataque às nossas instalações nucleares certamente terá repercussões sérias e profundas no futuro do Irã”, disse ele ao Al Araby Al Jadeed.

 

Esse conteúdo foi publicado originalmente em
inglêsVer original