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    Virada sobre Massa faz Milei repetir Macri para se tornar presidente da Argentina

    Virada sobre Massa faz Milei repetir Macri para se tornar presidente da Argentina

    Da CNN , São Paulo

    Para conseguir ser o novo presidente da Argentina, o candidato ultraliberal Javier Milei (La Libertad Avanza) repetiu um feito conquistado somente por Mauricio Macri em 2015: chegou ao segundo turno em segundo lugar e virou a votação no pleito deste domingo (19).

    Após surpreender com o primeiro lugar nas prévias argentinas, Milei não repetiu a dianteira na disputa de primeiro turno, em 22 de outubro, e obteve 29,98% dos votos para o cargo, contra 36,68% do líder, o governista Sergio Massa.

    A virada

    Há oito anos, a virada de Macri representou não somente a única em eleições presidenciais argentinas desde a redemocratização, em 1983, mas também uma solitária interrupção do peronismo no governo federal nas últimas duas décadas. Esse feito agora foi repetido por Milei.

    Enfrentando um representante do governo da época, Daniel Scioli, Macri teve 34,15% dos votos no primeiro turno, contra 37,08% do oponente. Pouco mais de 700 mil votos separaram os candidatos — no primeiro turno, 1,7 milhões de eleitores distanciaram Massa de Milei.

    No confronto definitivo, Macri fez 51,34%. Em 2019, novamente contra um peronista (o atual presidente, Alberto Fernández), ele não foi reeleito.

    A professora Sara Toledo, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (IRI-USP), lembra que havia um “contexto de insatisfação com o discurso de polarização kirchnerista” em 2015. Hoje, o movimento tem na vice-presidente Cristina Kirchner seu principal expoente.

    “Macri se elege com muito apoio de moradores de áreas urbanas e jovens cansados de um discurso de divisão, na época muito entoado pelo kirchnerismo”, diz.

    Segundo no primeiro turno, mas sem segundo turno

    Em 2003, Nestor Kirchner se tornou presidente após terminar o primeiro turno atrás de Carlos Menem. Como o líder desistiu da candidatura no segundo turno, contudo, Kirchner não precisou de uma virada para triunfar.

    Nos outros pleitos pela Presidência da Argentina, o vencedor se repetiu ou a disputa foi definida em turno único.

    A título de comparação, no Brasil, principal democracia da América Latina, não houve virada em pleitos presidenciais desde a redemocratização.

    *Com informações de Leonardo Rodrigues

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