Vistos de mais de 6 mil estudantes são revogados nos EUA, diz autoridade
Grande maioria das revogações está relacionada a infrações da lei, como casos de agressão, direção sob influência de álcool, roubo e "apoio ao terrorismo"
O Departamento de Estado dos EUA revogou mais de 6 mil vistos de estudantes este ano, informou uma autoridade do departamento na segunda-feira (18).
Isso acontece enquanto o governo Trump continua a repressão a alguns estudantes internacionais que, segundo ele, infringiram a lei.
Os vistos foram retirados porque as pessoas permaneceram no país após o vencimento ou infringiram a lei, afirmou a autoridade, observando que a "grande maioria" dessas violações legais se deu a casos de agressão, direção sob influência de álcool, roubo e "apoio ao terrorismo".
Segundo a autoridade, aproximadamente 4 mil dos 6 mil vistos foram revogados porque os titulares "infringiram a lei".
Aproximadamente 200 a 300 deles foram anulados por suposto terrorismo, sob parte da Lei de Imigração e Nacionalidade que determina que estrangeiros podem ser inadmissíveis nos EUA "devido a atividades relacionadas ao terrorismo".
As milhares de revogações, noticiadas pela Fox News, ocorrem em um momento em que Trump vem adotando medidas agressivas contra universidades e relacionadas a vistos de estudante.
Funcionários do governo têm como alvo específico estudantes internacionais ativos em protestos contra a guerra em Gaza, acusando-os de antissemitismo e apoio ao terrorismo.
Em um caso de grande repercussão, o visto da aluna de doutorado da Universidade Tufts em Massachusetts, Rumeysa Ozturk, foi cancelado, e ela foi detida por agentes federais mascarados em março e colocada sob custódia do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA). Um juiz ordenou sua libertação em maio.
Em junho, o Departamento de Estado informou às embaixadas e consulados que deve examinar os requerentes de visto de estudante por "atitudes hostis em relação aos nossos cidadãos, cultura, governo, instituições ou princípios fundamentais".
Os candidatos serão solicitados a tornar seus perfis de mídia social públicos como parte da verificação, e um telegrama diplomático observou que "o acesso limitado ou a visibilidade da presença online podem ser interpretados como uma tentativa de evadir ou ocultar determinada atividade".
O secretário de Estado Marco Rubio defendeu vigorosamente as políticas do governo Trump sobre a revogação de vistos de estudante.
“Não existe um direito constitucional ao visto de estudante. Um visto de estudante é algo que decidimos conceder a vocês”, disse ele em entrevista à EWTN no início de agosto. “Vistos de todos os tipos são negados todos os dias em todo o mundo. Enquanto falo com vocês, o pedido de visto de alguém para os EUA está sendo negado. Então, se eu tivesse negado o visto e soubesse algo sobre vocês, e descobrisse só depois que lhe dei um visto, por que não poderia revogar o visto?”
Segundo o departamento, cerca de 400 mil vistos de estudante, também conhecidos como vistos F1, foram emitidos no ano fiscal de 2024.
Espera-se que muito menos vistos sejam emitidos neste ano civil, após a suspensão temporária de novas nomeações e a implementação dos novos requisitos de verificação.
Uma análise da NAFSA (Associação de Educadores Internacionais) e da JB International prevê um declínio potencial de 30% a 40% na matrícula de novos estudantes internacionais, contribuindo para uma queda de 15% na matrícula geral neste outono.
"Tal resultado privaria as economias locais de US$ 7 bilhões em gastos e mais de 60 mil empregos", relatou a NAFSA no final de julho.
"Sem uma recuperação significativa na emissão de vistos em julho e agosto, até 150 mil estudantes a menos poderão chegar neste outono", acrescentou.
